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Covid: 330 cidades têm mais que dobro da média nacional de infectados

Um ano após a pandemia ser anunciada, 5,4% da população brasileira foi contaminada, segundo os registros oficiais. São mais de 11,3 milhões

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Igo Estrela/ Metrópoles
Ambulância
1 de 1 Ambulância - Foto: Igo Estrela/ Metrópoles

Com unidades de tratamento intensivo (UTIs) lotadas, vacinação a passos lentos e recordes sucessivos de mortes e de casos, não é nenhuma novidade que o Brasil vive a pior fase da crise sanitária provocada pela Covid-19. Um ano após a pandemia ser anunciada, 5,4% da população brasileira foi contaminada, o que equivale a 11.363.380 pessoas. O avanço do Sars-Cov-2, porém, tem sido diferente em cada um dos 5.570 municípios brasileiros.

Em números absolutos, São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, foram, nesta ordem, os que mais sofreram com a doença. No entanto, de acordo com o levantamento realizado pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, com base no último balanço do Ministério da Saúde, apenas Brasília faz parte do grupo das 330 cidades com mais de 10% da população já infectada, o dobro da média nacional.

Os municípios com até 50 mil habitantes sofrem mais. É o caso de Itapiranga, no interior do Amazonas. Por lá, 30,6% dos 9.148 moradores já tiveram Covid-19 – a maior proporção de infectados por município brasileiro. No ranking, Porteirão, em Goiás, fica em segundo lugar, com 27,9% da população de 3.881 pessoas com laudo positivo. Para fechar o pódio, Japurá, também no Amazonas. O vírus circulou por 27,8% dos 2.755 habitantes.

Entre as cidades com mais de 100 mil habitantes, apenas 31 ultrapassaram o índice de 10% de infectados. Entre elas, sete são capitais: Brasília, Aracaju, Porto Velho, Florianópolis, Boa Vista, Vitória e Palmas. Por região, a maior parte das cidades mais atingidas pelo vírus ficam no Sul do país. São 93 municípios em Santa Catarina e 33 no Rio Grande do Sul.

Veja a lista:

UTIs lotadas

Só nos primeiros 30 dias deste ano, o país acumulou 1.528.758 novos casos de Covid-19, e uma média diária de 49.314. Os dados registrados fizeram de janeiro o mês com mais ocorrências desde o início da pandemia. Fevereiro também terminou com números nas alturas: em 28 dias, foram 1.346.528 contaminados, média de 48.090 a cada 24 horas.

A situação em março é ainda mais grave. Em apenas 12 dias, foram contabilizados 812.121 resultados positivos para a doença – média diária de 67.676. Para efeito de comparação, no recorde anterior, registrado em julho de 2020, durante o primeiro pico, foram notificadas 1.260.444 infecções por Covid-19.

“A tendência é a situação ainda piorar antes de melhorar. Medidas mais enérgicas em termos de fechamento, para tentar conseguir algum isolamento, começaram, mas ainda temos um ciclo de pelo menos duas semanas de provável crescimento da pandemia antes de qualquer melhora. As medidas ainda são tímidas, mas já de grande avanço”, ressaltou Jonas Lotufo Brant de Carvalho, epidemiologista e professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB).

Os altos números refletem em colapso do sistema de saúde. Levantamento do Metrópoles mostra que em ao menos 22 unidades federativas, até a última quarta (10/3), a taxa de ocupação de UTIs públicas para Covid-19 superava os 80%. Em 12 delas, já passa de 90%. E em duas – caso do Acre e de Mato Grosso do Sul –, de 100%.

“Estamos começando a pior fase. A única ferramenta que existe é lockdown. Aumento de UTI não é prevenção. Quando você vai para UTI, tem 50% a 70% de chance de morrer. Metade das pessoas vão morrer. Quando o governo diz que vai aumentar leitos, ele está dizendo que está aceitando que metade das pessoas vão morrer em um período de duas semanas. Mais do que o que já estava morrendo”, disse Tarcísio Marciano da Rocha Filho, professor do Instituto de Física da Universidade de Brasília (UnB) e um dos membros de um grupo de pesquisa interdisciplinar que abarca várias universidades brasileiras para estudar o avanço da Covid-19 no país.

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