Boulos espera contar com mobilização popular para revisar Sampaprev
Caso eleito, Boulos não teria maioria no legislativo para projetos polêmicos, como a revisão do Sampaprev, a reforma da previdência local
atualizado
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São Paulo – Guilherme Boulos (PSol) sabe que vai enfrentar uma Câmara Municipal desfavorável para revisar o Sampaprev —assim como outros projetos—, mas acredita que pode mudar a opinião dos vereadores com diálogo e mobilização popular.
“Nós vamos dialogar com a Câmara e construir formas de participação social para que as negociações sobre os temas da cidade não sejam discutidas apenas entre os vereadores e o gabinete do prefeito. Vamos construir conselhos e outras formas de participação social. Isso ajuda a criar uma opinião popular favorável aos projetos que interessam à cidade e diminui o poder dos lobbies que vão contra esse interesse”, afirmou Boulos.
A declaração foi dada a jornalistas após reunião com nomes que apoiam a chapa do psolista, como a economista Laura Carvalho e os professores da USP Christian Dunker, Vladimir Safatle e Ruy Braga.
Sampaprev é o nome dado ao novo regime de previdência dos servidores municipais aprovado e sancionado por Bruno Covas (PSDB) em dezembro de 2018 em meio a protestos.
Membros da nova bancada eleita já se manifestaram contra qualquer revisão da reforma e a contratação de mais servidores. “A reforma da previdência economizou R$ 1,2 bi para a cidade, mas o Boulos traz uma solução simples para o tema: contratar mais servidores públicos. Fui presidente da reforma, o déficit ainda existe”, afirmou a vereadora eleita Janaína Lima (Novo), que classifica a proposta de Boulos como “populista”.
Eu já entendi como Boulos quer “virar o jogo”.
– Revogando o Sampaprev
– Tarifa 0 na mobilidade urbana
– Combater a privatização do saneamento
– Programa Renda SolidáriaCom que dinheiro? Vai ajudar a quebrar uma cidade já endividada, com populismo.
— Janaína Lima (@janainalimasp) November 19, 2020
Nas redes sociais, Guilherme Boulos diz que faz sentido contratar servidores públicos num contexto de déficit da previdência, porque “os servidores contratados passam a contribuir para o fundo da Previdência. Eu não defendo que a forma de equilibrar a Previdência seja através de novas contratações”, afirmou o candidato.
Esclarecimentos a respeito da contratação de servidores públicos e a previdência municipal #ViraSP50 #Boulos50 pic.twitter.com/QAcBXzlhCr
— Guilherme Boulos 50 (@GuilhermeBoulos) November 18, 2020
Déficit da Previdência de São Paulo
De acordo com dados de 2018 da prefeitura, quando o Sampaprev foi aprovado, São Paulo gastava R$ 9 bilhões e arrecadava R$ 1,4 bilhão na Previdência.
Bruno Covas surfou na onda das críticas e disse que Boulos “não sabe fazer conta”. A fala do tucano desagradou Boulos, que disse que a campanha do PSDB apela para o “discurso raivoso”.