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Bolsonaro sobre combustíveis: “Brasil poderia refinar mais”

Segundo o presidente, há interesse em refinar menos para que o país seja obrigado a importar óleo diesel

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Presidente Jair Bolsonaro chega a evento em Brasília
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro chega a evento em Brasília - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Após almoço com embaixadores do Golfo nesta quarta-feira (3/3), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse  que o Brasil poderia estar refinando mais e afirmou que há interesse em refinar menos para que o país seja obrigado a importar óleo diesel e, assim, encarecer o preço do produto final. O mandatário, porém, não especificou nenhum país que teria interesse nisso.

“Tem uma refinaria de um dos embaixadores aqui do país dele que está operando apenas com 70% da capacidade e eu lamento informar, mas parece que nós poderíamos estar refinando mais. E há algum interesse, que estamos apurando se é verdadeiro ou não, em refinar menos para nos obrigar a importar o óleo diesel. O que encarece o produto final aqui no Brasil”, disse ele após o encontro.

Bolsonaro disse que pode haver uma alta no petróleo nas próximas semanas, o que vai exigir uma atuação mais forte da Petrobras.

“A notícia não muito boa, que falei sobre petróleo, obviamente, eles acham que o preço ainda não está muito adequado. Pode ser que teremos uma alta no petróleo nas próximas semanas, complica para gente. Isso reforça o nosso interesse em, efetivamente, mudar o presidente da Petrobras, porque nós queremos não interferir — como nunca interferimos, isso nunca existiu, não falei ‘desfaz esse reajuste, não quero reajuste na semana que vem’ — agora a Petrobras pode colaborar com outros órgãos no combate a cartéis, adulteração de combustível e a questão de diversificarmos o máximo possível a questão das refinarias.”

Saída de conselheiros da Petrobras

Sobre a saída de quatro conselheiros do Conselho de Administração da Petrobras, Bolsonaro disse que conversou com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e apontou que a decisão pode ter sido motivada por solidariedade ao economista Roberto Castello Branco, que não será reconduzido ao comando da estatal.

“Conversei rapidamente com o Bento hoje, resolvendo isso aí, talvez por solidariedade. O que nós queremos é que o nome do Silva e Luna seja aprovado, ele preenche todos os pré-requisitos e não é ‘um’ general, ele é ‘o’ general, tem seu valor, mas também é uma pessoa que demonstrou seu valor na Itaipu Nacional.”

Na terça-feira (2/3), quatro conselheiros informaram à Petrobras que não pretendem ser reconduzidos ao colegiado na próxima Assembleia Geral Extraordinária (AGE). São eles João Cox Neto, Nivio Ziviani, Paulo Cesar de Souza e Silva e Omar Carneiro da Cunha Sobrinho.

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Em Fato Relevante, a companhia informa que Cox Neto e Ziviani alegaram razões pessoais para a decisão. Já Souza e Silva só declarou que por conta do mandato ser “interrompido inesperadamente, peço, por favor, para não ser reconduzido ao Conselho de Administração na próxima Assembleia”.
Ele ressalta o “excelente trabalho” desenvolvido pela diretoria e funcionários e elogia também o presidente do colegiado, Eduardo Leal. Já a mensagem de Omar Carneiro da Cunha revela insatisfação com a decisão do presidente da República, Jair Bolsonaro, de promover uma troca no comando da estatal, com a indicação de Joaquim Silva e Luna para o lugar de Roberto Castello Branco.

Almoço com embaixadores

O presidente da República almoçou nesta quarta com oito embaixadores de países do Golfo. O encontro ocorreu na residência do embaixador do Kuwait, Nasser Riden T. Almotairi, em Brasília.

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