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Bolsonaro e Torres estiveram juntos no dia da ligação de Ribeiro

Presidente se encontrava nos EUA, quando ex-ministro da Educação contou à filha que Bolsonaro alertou sobre chance de busca e apreensão

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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1 de 1 foto-5-milton-ribeiro-e-jair-bolsonaro-em-cerimonia-de-reajuste-salaria-planalto-brasilia-04022021 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

No último dia 9, o presidente Jair Bolsonaro se encontrava na Cúpula das Américas, nos Estados Unidos, ao lado de diversos ministros. Um deles, o da Justiça, Anderson Torres. Naquele mesmo dia, grampo telefônico usado pelo Ministério Público Federal (MPF) mostra o ex-ministro Milton Ribeiro contando a uma filha que “o presidente” lhe alertou sobre a possibilidade de uma operação de busca e apreensão.

O grampo tinha como objetivo investigar indícios de envolvimento do presidente Jair Bolsonaro (PL) e encaminhar para o STF parte da investigação sobre o escândalo no Ministério da Educação.

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Faziam parte da comitiva, o chanceler Carlos França; o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga; o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite; e o secretário de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha. Além deles, Anderson Torres, chefe da pasta que comanda a Polícia Federal (PF).

Na última quarta-feira (22/6), a PF colocou nas ruas a operação Acesso Pago. Na ocasião, também acabaram detidos os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura – ambos acusados de integrarem organização criminosa para destravar, por meio de propina, demandas estaduais e municipais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Ouça a ligação entre Ribeiro e a filha:

“Hoje o presidente me ligou. Ele está com um pressentimento, novamente, de que podem querer atingi-lo através de mim”, disse Ribeiro a uma filha, no último dia 9 de junho. “Ele acha que podem querer fazer uma busca e apreensão em casa. É muito triste”, declarou o ex-ministro.

Ida ao STF

A citação do presidente fez com que o MPF pedisse o envio de parte da investigação ao Supremo Tribunal Federal, conforme revelou o colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, na sexta. Desse modo, o inquérito volta para a relatoria da ministra Cármen Lúcia, que havia enviado o caso para a primeira instância depois que Milton Ribeiro pediu demissão do MEC.

Coordenador da defesa de Ribeiro, o advogado Daniel Bialski criticou o envio da investigação para o STF. Segundo ele, o áudio citado na decisão envolve autoridade com foro privilegiado, já que o diálogo registrado supostamente teria ocorrido antes da deflagração da operação.

“Se assim o era, não haveria competência do juiz de primeiro grau para analisar o pedido feito pela autoridade policial e, consequentemente, decretar a prisão preventiva”, destaca Bialski, em nota à imprensa.

O advogado disse que analisará toda a documentação e se for comprovada a falta de competência do juiz de primeira instância, “atos e decisões tomadas são nulos”.

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