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Blogueiras golpistas tinham arquivo com dados de 10 mil pessoas

Acusadas usavam ferramenta de gravação eletrônica chamada URA, usada pelos bancos com mensagens pré-gravadas, para dar veracidade aos golpes

atualizado

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As estelionatárias Mariana Serrano, Gabriela Vieira, Rayane Sousa, Anna Carolinas e Yasmin Navarro (1)
1 de 1 As estelionatárias Mariana Serrano, Gabriela Vieira, Rayane Sousa, Anna Carolinas e Yasmin Navarro (1) - Foto: Divulgação

Rio de Janeiro – As blogueiras estelionatárias presas pela polícia do Rio tinham arquivos de Excel com dados de mais de 10 mil vítimas. De acordo com os agentes da 40ª Delegacia de Polícia (Honório Gurgel, zona norte da cidade), Anna Carolina de Sousa Santos, de 32 anos, e seu grupo tinham uma “central de telemarketing” montada em apartamento no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste. Ela se apresentava como influenciadora e empreendedora nas redes sociais, mas comandava um esquema para aplicar golpes e roubar dados de cartões de crédito das vítimas.

Yasmin Navarro, de 25 anos, Mariana Serrano de Oliveira, de 27, Rayane Silva Sousa, de 28, e Gabriela Silva Vieira, de 20 anos, fazem parte do esquema e foram presas com Anna Carolina no apartamento onde a polícia também encontrou um caderno com anotações da movimentação do grupo. Elas tiveram prisão preventiva, por prazo indeterminado, decretada pela Justiça.

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Um dos apontamentos indica um pagamento de R$ 416.516,30 para um homem e folhas com a marca do Banco do Brasil, que deveriam ser apresentadas pelo falso motoboy para ajudar a enganar as vítimas – ele buscava os cartões nas casas dos clientes.

Na “central de telemarketing”, os policiais encontraram, de acordo com o G1, uma ferramenta de gravação eletrônica chamada URA, que é usada pelos bancos com mensagens pré-gravadas, e que direciona as ligações para atendentes, mecanismo empregado para dar mais veracidade ao golpe. O esquema era todo descrito em uma espécie de script, que deveria ser seguido pelas golpistas para não levantar suspeitas entre as vítimas.

No momento da batida policial, Rayane e Anna Carolina estavam em ligações com as vítimas – o atendimento passava por diversos falsos atendentes da quadrilha para dar maior credibilidade à ação. Já no computador que era utilizado por Rayane, os agentes acharam o seguinte texto:

“Boa tarde, por gentileza … Sr (a) … Aqui quem fala é Gabriela Cardoso, sou do setor de segurança do Banco do Brasil … Tudo bem com o Sr(a)? O motivo do meu contato é referente a uma transação que se encontra irregular no nosso sistema. Foi uma compra realizada agora há pouco nas Lojas Americanas da cidade de São Paulo (…)”.

Defesa nega envolvimento

A defesa de Mariana Serrano de Oliveira e Gabriela Silva Vieira negou envolvimento delas na quadrilha. Segundo o advogado Norley Thomas Lauand, que representa as duas, elas são universitárias, moram em São Paulo e estavam hospedadas no apartamento, que pertencem a Yasmin Navarro.

“Elas estavam com passagem comprada para voltar hoje (sexta-feira) para São Paulo. Não têm nada a ver com isso. As famílias estão desesperadas”, disse Lauand.

A defesa de Anna Carolina de Sousa Santos também se manifestou dizendo que repudia veementemente as acusações que são feitas a sua cliente.

“Ao longo do instrução criminal, sua inocência será provada. A mesma possui ocupação lícita, residência fixa e bons antecedentes, razão pela qual será impetrado o recurso cabível para sua soltura”, disse o advogado Daniel Sad, que representa a blogueira.

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