“Blackface”: educadora se pinta de preto em evento escolar de Goiás
Mulher se pintou e colocou peruca black power para imitar personagem negra de livro infantil. Prática de “blackface” é considerada ofensiva
atualizado

Goiânia – Estudantes de uma escola municipal no Entorno do Distrito Federal (DF) participaram de uma atividade orientada por uma mulher pintada de preto com peruca de cabelo black power. A fantasia conhecida como “blackface” é considerada ofensiva e racista pelo movimento negro.
A mulher de blackface conversou com crianças da escola sobre a importância de respeitarmos uns aos outros, segundo a página da instituição no Facebook. Ela se vestiu dessa maneira com a intenção de interpretar a personagem negra do livro infantil “Menina Bonita do Laço de Fita”.

Educadora usou blackface em escola de Goiás Reprodução

Mulher se pintou de preto para imitar personagem infantil Reprodução

Atividade considerada ofensiva foi realizada em referência ao Dia da Consciência Negra Reprodução

Educadora usou peruca black power e pintou rosto de preto Reprodução
Essa atividade ocorreu na última sexta-feira (19/11) em referência ao Dia da Consciência Negra, na Escola Municipal Judite Maria da Silva, em Valparaíso de Goiás.
“A personagem compareceu a nossa escola e encantou as crianças, além de falar sobre a importância de respeitarmos uns aos outros. Equipe sempre proporcionando aula show aos estudantes, pois com o lúdico, a aprendizagem é significativa”, descreveu o perfil da escola nas redes sociais.
Prática ofensiva
Blackface é uma prática iniciada há pelo menos dois séculos, que consiste em se fantasiar de forma caricata e pejorativa de uma pessoa negra. Os negros eram ridicularizados para o entretenimento dos brancos, principalmente nos Estados Unidos e na Europa.
Por meio de nota, a escola justificou que “todo o contexto em que se deu a apresentação da professora para as turmas
ocorreu de forma pedagógica e didática, no que reza a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional”. De toda forma, o diretor escolar da unidade, Antonio Brandão Mesquita, informou que a aula foi excluída das redes sociais.
Ele acrescentou ainda que escola pede desculpas a quem tenha se sentido ofendido. O diretor também informou que a unidade não compactua com qualquer tipo de preconceito a quem quer que seja.