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Bandeira do Brasil vira alvo de disputa entre esquerda e bolsonaristas

Personalidades e anônimos passam a adotar a bandeira do Brasil em seus perfis virtuais como forma de dizer que ela pertence a todos

atualizado

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Hugo Barreto/ Metrópoles
Manifestantes de oposição na Praça dos 3 Poderes
1 de 1 Manifestantes de oposição na Praça dos 3 Poderes - Foto: Hugo Barreto/ Metrópoles

A nossa bandeira jamais será vermelha” é um dos principais gritos de guerra da militância bolsonarista. Isso porque é um ataque direto aos seus inimigos favoritos: os esquerdistas, historicamente identificados a essa cor.

Sem renegar esse vermelho, esquerdistas (mas também centristas e até direitistas que se opõem ao governo) estão fazendo um movimento virtual e físico com o discurso de retomada da bandeira verde e amarela como um símbolo de todos – e não apenas da direita ou da esquerda.

A bandeirinha do Brasil junto ao nome dos perfis nas redes sociais, portanto, já não é garantia de que aquele perfil é bolsonarista.

E não é só pela internet que a bandeira brasileira está sendo mais usada por opositores. Na manhã desta quarta-feira (20/05), por exemplo, militantes de partidos de oposição fizeram um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e levaram várias bandeiras verde amarelas, que dividiram espaço com o vermelho.

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Na web, o movimento ganha força com a adesão de personalidades com grande poder de engajamento, como o do youtuber Felipe Neto, que, além da bandeira brasileira, também “hasteou” em seu perfil no Twitter uma flâmula preta para expressar o “luto pela realidade que estamos vivendo neste momento, por todas as mortes causadas pela pandemia e pelo estado de insegurança pública no Rio de Janeiro”

No campo mais à esquerda, os perfis que aderem ao movimento pró-bandeira fazem questão de avisar que não querem ser confundidos com os adversários políticos.

Perfis de influenciadores que estão no campo da direita na política, mas são chamados de “nova esquerda” pelos bolsonaristas por não se alinharem ao governo, também estão adotando a bandeira. É o caso dos integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL), incluindo parlamentares.

O movimento pró-bandeira não é, porém, uma unanimidade no campo anti-bolsonarista. Há quem ache que o movimento dá força para a militância de extrema direita, que já consolidou o verde e amarelo como marca, e há quem tenha críticas ao símbolo nacional em si. Veja exemplos:

 

E há, no meio, os perfis que ainda estão em dúvida, mas é visível que o movimento é crescente nas redes sociais e nas ruas.

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