metropoles.com

Atos golpistas: responsabilização de militares das Forças Armadas avançou pouco após 2 meses

Justiça avançou em processos de presos pelos atos golpistas, mas ainda engatinha na responsabilização de militares das Forças Armadas

atualizado

Compartilhar notícia

Matheus Veloso/Metrópoles
Foto colorida mostra ação de policiais durante atos golpistas e antidemocráticos em Brasília em 8/1 Alexandre de Moraes - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida mostra ação de policiais durante atos golpistas e antidemocráticos em Brasília em 8/1 Alexandre de Moraes - Metrópoles - Foto: Matheus Veloso/Metrópoles

Exatos dois meses após a destruição das sedes dos Três Poderes da República que surpreenderam o país em 8 de janeiro, órgãos de investigação avançaram no combate aos prejuízos materiais e a Justiça na tipificação da culpa de cada um dos envolvidos. A única frente que ainda engatinha em relação aos atos golpistas, no entanto, é o da responsabilização dos militares das Forças Armadas que tiveram participação ou foram coniventes com os ataques à democracia.

Somente na última quinta-feira (1º/3), o Ministério Público Militar enviou investigações que envolvem integrantes da caserna à Justiça Comum. Ao todo, são três ações que envolvem os fardados, são elas:

  • Processo na Justiça Federal que apura declarações golpistas do coronel da reserva José Placídio, ex-assessor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) nas redes sociais;
  • Processo na Justiça Federal para esclarecer por que o Comando Militar do Planalto, órgão do Exército que comanda a Guarda Presidencial, permitiu que os golpistas entrassem facilmente no Palácio do Planalto;
  • Investigação do Ministério Público Militar contra o coronel da reserva Adriano Camargo Testoni, que durante a invasão dos Três Poderes atacou integrantes do Alto Comando do Exército.

Tratamento diferente foi dado aos policiais militares e aos civis que cometeram os mesmos crimes, que já foram presos e alguns, inclusive, soltos. Dos 1.406 detidos, 612 continuam presos, 463 foram liberados com uso de tornozeleira eletrônica para ficar no Distrito Federal e 186 em outras unidades da federação. O restante foi liberado durante as audiências de custódia.

Para separar as ações que avaliam as ações da massa de manobra usada para atacar a democracia das autoridades e mentores do terrorismo, o STF abriu sete ações. São elas:

  • Três inquéritos para investigar os deputados Clarissa Tércio (PP), André Fernandes (PL) e Silvia Waiãpi (PL) por incitar os atos;
  • Três inquéritos para investigar financiadores dos atos antidemocráticos, os executores e os autores intelectuais, ou seja, que planejaram os atos de terrorismo. Neste último, um dos investigados é o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL);
  • O processo que investiga as autoridades envolvidas no caso: o governador afastado do DF, Ibaneis Rocha (MDB), o ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres e o ex-comandante da PMDF Fábio Augusto Vieira – Inquérito nº 4923.

As frentes de apuração

Para que as ações judiciais possam responsabilizar cada um dos envolvidos, diferentes órgãos fazem investigações. O Ministério Público Federal (MPF) instaurou o Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, que protocolou até agora 98 ações penais. Segundo a apuração do órgão, os manifestantes se organizaram em diferentes grupos, como grupos de linha de frente, munidos de armas (machados e pedaços de pau); e grupos de retaguarda, que davam suporte e abriam extintores de incêndio para dificultar a atuação dos policiais.

Já a Polícia Federal tornou permanente a Operação Lesa Pátria. Nessa terça-feira (7/3), foi deflagrada a sétima fase da frente. Ao todo, 27 pessoas foram presas. Há pelo menos 78 inquéritos policiais instaurados nas superintendências da corporação.

Um mês após ato golpista, Brasil ainda contabiliza prejuízos e segue à caça de financiadores

Já a Advocacia-Geral da União (AGU) moveu cinco ações, quatro delas contra pessoas e empresas que fretaram os ônibus usados no transporte dos terroristas em que se pede o ressarcimento de R$ 20,7 milhões em prejuízos materiais. Os bens dos acusados pela AGU foram bloqueados pela Justiça. A quinta ação pediu indenização de R$ 100 milhões por danos morais, já que os criminosos atentaram contra o Estado Democrático de Direito.

Por fim, uma frente de investigação mais política acontece na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), onde os deputados instalaram um CPI para apurar responsabilidades. A Comissão teve início em 2 de março com o depoimento de Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

0

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?