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Após matar dois, Carli Filho é condenado a 9 anos em regime fechado

Ex-deputado estadual pelo PSB dirigia bêbado e provocou colisão que tirou a vida de dois jovens em Curitiba

atualizado

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REPRODUÇÃO/RPC
Carli-Filho1
1 de 1 Carli-Filho1 - Foto: REPRODUÇÃO/RPC

Após 9 anos entre o acidente que vitimou dois jovens nas ruas de Curitiba (PR) e a impetração de 33 recursos protelatórios, o ex-deputado estadual Carli Filho (PSB-PR) foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão, em regime fechado, pela morte de Gilmar Rafael Yared e Carlos Murilo de Almeida, em 2009. Ainda cabe recurso, e o político responderá pelo crime em liberdade, até decisão em segunda instância. O julgamento foi comandado pelo juiz Daniel Avelar.

A decisão partiu do Tribunal do Júri de Curitiba, no Paraná, formado por cinco mulheres e dois homens. As juradas são jovens, e os homens, de meia-idade. Durante dois dias, o júri ouviu as versões de Carli Filho, das famílias das vítimas e do Ministério Público do Paraná, o qual acusou o parlamentar de duplo homicídio com dolo eventual. Segundo os promotores, o autor assumir o risco de matar ao dirigir em alta velocidade e sob efeito de bebida alcoólica.

Durante o julgamento, o ex-deputado assumiu a culpa pela morte dos rapazes. Emocionado, disse que não teve intenção sobre o ocorrido e reforçou não ser um assassino. “Se eles não tinham intenção de morrer, eu também não tinha a intenção de matar”, afirmou. Foi uma das primeiras vezes em que o acusado ficou frente à frente com os familiares das vítimas.

Em um dos momentos mais marcantes do julgamento, o ex-deputado se dirigiu em especial às mães dos jovens falecidos: “Sei que eu nunca tive a oportunidade de pedir desculpas pelo que eu causei. Os filhos de vocês morreram, e eu quero, do fundo do meu coração, pedir desculpas”.

Carteira suspensa
O carro conduzido pelo ex-parlamentar chocou-se com o dos rapazes, o que levou à morte imediata dos amigos. Segundo a perícia, o Passat de Carli Filho atingiu o Honda Fit dos jovens a meio metro do chão e alcançou uma velocidade entre 161km/h e 173 km/h, na hora do impacto. O ex-deputado estava com a carteira de motorista suspensa e acumulava 130 pontos e 30 multas, a maioria por excesso de velocidade.

Mãe de Gilmar Rafael, a deputada federal Christiane Yared (PR-PR) acompanhou todo o julgamento ao lado do marido, o radialista Gilmar Yared, e da filha, Daniele Yared. O irmão da vítima não compareceu ao tribunal. A parlamentar foi a mais votada do Paraná na eleição de 2014 para a Câmara dos Deputados, após erguer a bandeira por leis de trânsito mais severas contra condutores irresponsáveis. É dela o texto da lei que proíbe o uso do celular ao volante.

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