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Após manifesto de servidores, governo troca diretor do Inmet

Em outubro, funcionários enviaram carta aberta para expressar o descontentamento com os rumos da gestão, comandada por um militar

atualizado

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Inmet/Divulgação
Carlos Edison Carvalho Gomes inmet
1 de 1 Carlos Edison Carvalho Gomes inmet - Foto: Inmet/Divulgação

Carlos Edison Carvalho Gomes (foto em destaque) foi exonerado, nesta quarta-feira (16/12), do cargo de diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O governo nomeou Miguel Ivan Lacerda de Oliveira para ocupar o posto.

A mudança ocorre quase dois meses após servidores do órgão expressarem descontentamento com os rumos da gestão. Em carta aberta à direção do órgão, os funcionários questionaram recentes mudanças “improdutivas e anacrônicas” na instituição centenária. O texto foi revelado pela revista Época.

O diretor exonerado, Carlos Edison Carvalho Gomes, é militar e construiu a carreira quase toda na Aeronáutica. Para alguns servidores, o ex-gestor tinha perfil distante das atribuições atinentes ao cargo. Havia o entendimento, segundo a revista, de que o critério de escolha não havia sido estritamente técnico. Ele foi nomeado titular do Inmet em maio de 2019.

No ano passado, partiu de Carlos Edison uma recomendação verbal para não citar a interação de fumaças de incêndios com as condições meteorológicas, o que desagradou especialistas do órgão.

Também havia a avaliação de que o Inmet estava sendo esvaziado institucionalmente por meio de medidas como a centralização de trabalhos na sede em Brasília e a atuação de outros órgãos federais na meteorologia – entre os quais, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ambos ligados ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Segundo currículo na plataforma Lattes, Miguel Ivan Lacerda de Oliveira, nomeado para a direção do Inmet, é analista da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e está cedido, desde 2016, para o Ministério de Minas e Energia, onde atua como diretor de Biocombustíveis.

Miguel Ivan é o responsável pelo desenvolvimento da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). “Acredita que a agropecuária pode desempenhar um papel cada vez mais importante para o Brasil e para o mundo como estratégia de desenvolvimento econômico, social e ambiental”, diz trecho do currículo.

A mudança foi publicada na edição desta quarta-feira do Diário Oficial da União (DOU) e é assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto. O órgão é vinculado ao Ministério da Agricultura.

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