Um homem de 72 anos morreu, nessa segunda-feira (18/1), à espera de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Manaus (AM).
Diagnosticado com Covid-19, o aposentado Manoel Carmo estava internado desde o último dia 4 de janeiro após sofrer com falta de ar.
“Ele precisava de uma UTI, mas não aguentou esperar”, conta a filha do aposentado, a dentista cirurgiã Leidimery Maia, de 34 anos, em conversa com o Metrópoles.
O idoso chegou a ser internado no Hospital 28 de Agosto, onde deveria receber oxigênio para tratar da doença.
Na última quinta-feira (14/1), contudo, o nível de oxigênio dele foi reduzido a um quinto do total, em uma tentativa dos médicos de moderar a falta do gás na rede.
“Não tem condições de ele sair dessa sem ajuda”, disse a filha. Além disso, o tratamento, segundo Leidimery, não foi dos melhores.
“Nós o encontramos em uma situação terrível. Ele estava jogado em uma maca, todo mijado, sem comer, nem beber água. São tantos pacientes que estão ficando abandonados. É muita gente para pouco médico”, contou.
“Meu sentimento é de revolta, de impotência, porque a gente não pode fazer nada”, prosseguiu, ao interromper a entrevista por quase um minuto para enxugar as lágrimas.

Pacientes com Covid-19 sofreram com a falta de leitos de UTI e de oxigênio, em Manaus (AM), no início deste anoHugo BarretoMetrópoles

Pacientes com Covid-19 sofreram com a falta de leitos de UTI e de oxigênio, em Manaus (AM), no início deste anoHugo BarretoMetrópoles

Em meio ao colapso do sistema de saúde causado pela Covid-19 em Manaus (AM), famílias e funcionários do Hospital 28 de agosto desembarcaram paciente de forma improvisadaHugo Barreto/Metrópoles

Os leitos de UTI no Amazonas atingiram 91,2% da capacidadeHugo Barreto/Metrópoles

Paciente fica dentro da ambulância por falta de capacidade do hospitalHugo Barreto/Metrópoles

Desembarque de pacientes no Pronto-Socorro (HPS) do Hospital 28 de Agosto, na zona centro-sul de ManausHugo Barreto/Metrópoles

Pacientes com Covid-19 sofreram com a falta de leitos de UTI e de oxigênio, em Manaus (AM), no início deste anoHugo Barreto/Metrópoles