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Apartamento onde marido de cônsul morreu foi limpo antes de perícia

Segundo a Justiça, este motivo demonstra, que a liberdade de Uwe Herbert Hah poderia “acarretar sérios gravames à colheita das provas”

atualizado

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O casal estava junto há 20 anos e possuía passaporte diplomático
1 de 1 O casal estava junto há 20 anos e possuía passaporte diplomático - Foto: Reprodução

Rio de Janeiro – O apartamento em que o belga Walter Henri Maximilien Biot, de 52 anos, morreu, na última sexta-feira (5/8), foi limpo antes que a perícia fosse feita no local. De acordo com a Justiça do Rio, este motivo demonstra, por si só, que a liberdade do cônsul alemão Uwe Herbert Hah, de 60, marido da vítima e suspeito pelo crime, poderia “acarretar sérios gravames à colheita das provas necessárias ao julgamento”.

Segundo Uwe, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado devido a uma queda do marido, dentro do apartamento do casal, em Ipanema, zona sul do Rio. O exame de necropsia do Instituto Médico Legal (IML), no entanto, encontrou múltiplas lesões em mais de 15 pontos do corpo do belga. A causa da morte foi apontada como hemorragia subaracnoide, contusão craniana e cranioencefálico, por ação contundente.

De acordo com o cônsul, após ingerir bebida alcoólica, seu marido, que estava sentado no sofá da sala, “teve um surto, se levantou e começou a gritar e correu apressadamente em direção ao terraço”. Ainda de acordo com seu depoimento, Walter teria caído com o rosto no chão. Contudo, Uwe diz não saber se o companheiro bateu a cabeça na mobília da casa ou no piso. No local, manobras de reanimação chegaram a ser feitas, mas sem sucesso.

Veja a explicação do cônsul sobre o momento da morte do marido:

Limpeza do apartamento

Uma secretária que trabalha com Uwe disse, em depoimento à polícia, que recebeu uma mensagem do cônsul por volta de 1h de sábado. No texto, dizia: “Walter está morto. Teve um infarto”. A mulher, no entanto, só entrou em contato no dia seguinte pela manhã, e se ofereceu para ir ao seu encontro.

No apartamento, segundo ela, limpou o chão, porque o cachorro do casal estava lambendo uma mancha de sangue. De acordo com seu depoimento, o piso teve a limpeza superficial feita com água e detergente.

A perícia, feita no dia seguinte da morte de Walter, detectou sangue em diversos pontos do imóvel. Além disso, foi destacado no inquérito policial o “total estado de desalinho e sujidade do apartamento, com rastros de fezes e sangue em diversos cômodos”.

Uwe Herbert Hah foi preso na noite de sábado, dia 6, acusado pelo crime. No domingo, o cônsul passou por uma audiência de custódia, onde teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. A Justiça do Rio negou seu pedido de habeas corpus.

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