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AM: prefeito de “cidade garimpeira” promete ressarcir balsas queimadas

Chefe do Executivo em Humaitá (AM), cidade a 700 km de Manaus, reuniu-se com garimpeiros na manhã desta segunda-feira (29/11)

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
garimpeiro tenta apagar fogo em balsa no Rio Madeira, no Amazonas
1 de 1 garimpeiro tenta apagar fogo em balsa no Rio Madeira, no Amazonas - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Enviado especial ao Amazonas – A cidade de origem de parte considerável dos garimpeiros fluviais do Rio Madeira que estão sendo alvo de uma operação federal desde o fim de semana é Humaitá, município amazonense a 700 km de Manaus, quase na divisa com Rondônia, às margens do Rio Madeira. Na manhã desta segunda-feira (29/11), em reunião na sede da prefeitura, o chefe do Executivo local, Dedei Lobo (PSC), prometeu ressarcir os prejuízos financeiros dos garimpeiros locais que tiveram suas balsas queimadas nos últimos dias na Operação Uiara, deflagrada pelo governo federal.

A promessa foi relatada à reportagem do Metrópoles por garimpeiros presentes na reunião. Lobo prometeu, ainda, interceder junto às autoridades estaduais e de Brasília para que a operação da Polícia Federal, Ibama e Forças Armadas não avance até a cidade incendiando as balsas.

De acordo com o último balanço, divulgado nesta segunda (29/11), 131 balsas já foram incendiadas pela Polícia Federal durante a operação, que foi motivada pela repercussão nacional e internacional da aglomeração dessas embarcações garimpeiras em um ponto mais abaixo do afluente do Rio Amazonas já mais próximo de Manaus, na altura da cidade ribeirinha de Autazes.

Cerca de 600 balsas se reuniram nesse ponto do Madeira para garimpar no leito do rio, alarmando as autoridades. O garimpo fluvial ilegal em si, porém, não é novidade na Amazônia, mas só agora motiva uma ação mais efetiva do Estado.

Os garimpeiros do Rio Madeira estão protestando contra a operação e recebem apoio de ribeirinhos e de outros políticos. O prefeito de Autazes, Andreson Cavalcante (PSC), disse nesta segunda ao jornal amazonense A Crítica que está ajudando garimpeiros e familiares que foram deixados às margens do Rio Madeira com a apreensão e a destruição das embarcações.

“A prefeitura está dando todo apoio a cerca de 70 pessoas que ficaram isoladas em Autazes após suas balsas serem queimadas. São crianças, mulheres e homens que estão sendo acolhidos e, junto com a prefeitura de Manicoré [outra cidade ribeirinha do Madeira], já estamos viabilizando o retorno”, disse o político.

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) defendeu nesta segunda-feira a operação. Para ele, a ação “tinha que ter feito da forma como foi” e “quem está ilegal tem que ter o equipamento apreendido ou destruído”.

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Cidade garimpeira

Município que concentra grande quantidade de garimpeiros fluviais, Humaitá foi alvo, em 2017, de eventos violentos relacionados ao embate com o poder público.

Indignados com ações de fiscalização, garimpeiros incendiaram, em outubro daquele ano, as sedes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) na cidade, que tem cerca de 60 mil habitantes.

Logo depois, o governo estadual chegou a legalizar o garimpo fluvial no Rio Madeira alegando motivações sociais, mas a falta de exigência de estudos sobre os impactos ambientais levou a Justiça Federal a suspender as autorizações que haviam sido dadas, jogando os garimpeiros de volta à ilegalidade.

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