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Alunos protestam por criança hostilizada ao sugerir trabalho LGBT

Cartazes encheram a fachada da Escola Estadual Aníbal de Freitas, em Campinas (SP), após Lucas sofrer preconceito

atualizado

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Protesto após criança ser hostilizada em escola de SP
1 de 1 Protesto após criança ser hostilizada em escola de SP - Foto: Divulgação

A Escola Estadual Aníbal de Freitas, em Campinas (SP), teve os portões cobertos por cartazes após o menino Lucas, de 11 anos, ser hostilizado em um grupo de WhatsApp por sugerir um trabalho com a temática LGBT, em prol do Mês do Orgulho LGBT.

A fachada da instituição de ensino ficou coberta, na última terça-feira (15/6), por mensagens com os dizeres “Ou aceita ou respeita”, “Eu respeito a diversidade”, e mais.

Ao Metrópoles, a irmã de Lucas, Danielle Cristina, afirmou que o protesto foi pacífico e contou com a presença de alunos e ex-alunos da instituição. “O Lucas foi lá para deixar o trabalho dele, já que eles não quiserem o acolher. Ex-alunos estavam presentes e [também] fizeram trabalhos sobre o tema”, contou.

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Tudo começou quando Danielle publicou prints de uma conversa em um grupo de WhatsApp nas redes sociais, expondo a situação pela qual o irmão passou. “Oi, gente. Então, que tal a gente fazer um trabalho sobre o mês do LGBT”, comentou a criança, quando solicitado que fosse sugerido uma temática para uma atividade escolar. O caso aconteceu na última sexta-feira (11/6).

Logo em seguida, pais de alunos e funcionários da Escola Estadual Aníbal de Freitas reagiram negativamente ao comentário, e pediram que a mensagem fosse deletada.

“Sou mãe de aluno e essa mensagem acima é uma absurdo”, disse uma pessoa. “Tira essa pessoa do grupo, cada coisa que temos que ver”, pediu outra. Um outro adulto disse que a atitude foi “inapropriada” e pediu que a criança fosse orientada.

Criança hostilizada em grupo de WhatsApp

Acompanhamento psicológico

Danielle conta que a criança faz acompanhamento psicológico para lidar com o ocorrido, e já afirmou que não volta para a escola caso a diretora e a professora-mediadora, ambas afastadas temporariamente do cargo, estejam na instituição.

“Ele está tendo aula remota, ainda não foi até a escola depois do episódio. Mas ele me falou que se as duas voltarem para a escola, ele não volta mais. Aí, vamos ter que pedir transferência [para outra escola]”, contou.

O caso é investigado pela Polícia Civil. A Diretoria Regional de Educação de Campinas Leste esteve na segunda-feira (14/6) na escola e “deu início às apurações para que todas as medidas cabíveis possam ser adotadas de forma assertiva”. Danielle afirma que espera por providências contra as responsáveis.

“Tudo que aconteceu com ele foi um absurdo. Uma instituição de ensino deveria ser a primeira a apoiar ele. Uma criança de menor de idade. E um absurdo, jamais deveria acontecer. É um total despreparo, chega a ser revoltante. Eles deveriam ter acolhido, protegido. Eu espero que a justiça seja feita, que esse afastamento não seja temporário, até porque, em um contexto geral, não tem preparo nenhum para gerir uma escola, são várias crianças que estão lá”, apontou Danielle.

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