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Ações da Taurus quadruplicaram desde o início do governo Bolsonaro

Só no primeiro semestre deste ano, empresa vendeu mais de 1 milhão de armas. Receita da Taurus chegou a R$ 2,7 bilhões no ano passado

atualizado

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Divulgação/ Taurus
CEO Global da Taurus, Salesio Nuhs, e o reitor da Universidade de Caxias do Sul, Evaldo Antonio Kuiava, recebem o presidente da República, Jair Bolsonaro, na abertura da 1ª Feira Brasileira do Grafeno, no dia 9 de julho de 2021
1 de 1 CEO Global da Taurus, Salesio Nuhs, e o reitor da Universidade de Caxias do Sul, Evaldo Antonio Kuiava, recebem o presidente da República, Jair Bolsonaro, na abertura da 1ª Feira Brasileira do Grafeno, no dia 9 de julho de 2021 - Foto: Divulgação/ Taurus

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) editou decretos para multiplicar a quantidade de armas nas mãos de cidadãos comuns, os acionistas da Taurus viram seus papéis quadruplicarem. As ações da maior fabricante de armas de fogo do país cresceram 327% desde o início da gestão do atual chefe do Executivo.

Em 28 de dezembro de 2018, uma cota da Taurus valia R$ 4,05 na Bolsa de Valores. Hoje, a ação gira em torno de R$ 17 – mas já chegou a R$ 28 em julho do ano passado.

O rendimento deixa a Taurus entre as empresas que mais se valorizaram no período, segundo analistas consultados pelo Metrópoles. A Bolsa de Valores brasileira, a B3, subiu cerca de 24% desde o início de 2019.

Especialistas avaliam que a alta tem a ver com uma reestruturação da empresa – que está em processo de turnaround desde 2018, como a redução da dívida líquida, investimento em pesquisa e expansão do complexo industrial. Mas também apontam uma relação indireta com medidas adotadas por Bolsonaro.

“É um crescimento muito acima da média. Passa, sim, pela geração de caixa da empresa, pela nova diretoria e pelo processo de reestruturação, mas, com certeza, também tem uma ligação com as medidas tomadas pelo governo. O [presidente Jair] Bolsonaro derrubou vários pontos do estatuto do desarmamento que dificultavam e desestimulavam essa questão do comércio de armas”, diz o sócio e head de alocação da GWX, Vitor Hugo.

Decretos publicados pelo presidente Bolsonaro em 2019 flexibilizaram o acesso a armas de fogo no país. Além disso, expandiu o limite de armas e munições que podem ser compradas por cada cidadão.

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Levantamento obtido pelos institutos Igarapé e Sou da Paz, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), aponta que o número de armas de fogo nas mãos dos caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) atingiu a marca de um milhão no Brasil. De acordo com a pesquisa, durante a gestão Bolsonaro, entre 2019 e 2022, o aumento de armas nas mãos dos CACs foi de 187% em relação a 2018.

“Mas, apesar disso, a representatividade do mercado nacional no balanço da Taurus ainda é baixo”, acrescenta Vitor Hugo.

Só no primeiro semestre deste ano, foram mais de 1 milhão de armas vendidas pela Taurus. Do total, cerca de 77% foram comercializadas nos Estados Unidos, 18% no Brasil e 5% em outros países.

Receita

A Taurus também teve números positivos no atual governo. Em 2019, registrou lucro líquido de R$ 43,4 milhões, revertendo resultado negativo de sete anos consecutivos.

A receita operacional líquida da companhia passou de R$ 999,6 milhões em 2019 para R$ 2,74 bilhões em 2021.

Outro lado

Em nota, a Taurus afirmou que a valorização das ações tem relação com o processo de reestruturação da companhia.

“Com o aumento da produção de 4,6 mil armas por dia em 2018 para 9,3 mil armas, a redução da dívida líquida/Ebitda de 11,2 em 2018 para 0,3x em 2022. O investimento em novos produtos e equipamentos, com o desenvolvimento de mais de 900 novos SKUS e aquisição de novos maquinários de última geração para aumentar a capacidade produtiva e agregar ainda mais qualidade, tecnologia e inovação às armas que produz. O forte investimento em pesquisa e desenvolvimento, por meio do seu Centro Integrado de Tecnologia e Engenharia Brasil/Estados Unidos (CITE) e parcerias inéditas com renomadas instituições de ensino que atuam em linha com as mais avançadas soluções tecnológicas do mundo”, detalhou a empresa.

A Taurus também destacou o pioneirismo no desenvolvimento e comercialização da primeira arma com grafeno no mundo, o que teria marcado o início da 3ª geração de pistolas. Além de pesquisas de novas tecnologias, como a aplicação de nano partículas de Nióbio, aplicação de DLC (Diamond Like Carbon) e desenvolvimento de polímeros com fibras longas.

“A expansão do complexo industrial para atuação de fornecedores estratégicos, projeto que recebeu investimentos superiores a US$ 200 milhões. A readequação da distribuição no mercado norte-americano e ganho deste mercado. As licitações internacionais que a empresa venceu, o forte controle das despesas e a atuação estratégica da nova gestão da Taurus desde 2018 que fizeram com que a companhia chegasse a número 1 no mundo e maior empresa exportadora de armas para os Estado Unidos”, acrescentou a empresa.

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