Abin sai das mãos do GSI e agora está sob o comando da Casa Civil

Decreto coloca Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sob o guarda-chuva da Casa Civil e "desmilitariza" o órgão

atualizado 02/03/2023 8:00

Antonio Cruz/Agência Brasil

Como confirmado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, à coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) saiu das mãos da Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e está sob o comando direto da Presidência da República. O decreto foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (2/3).

O pensamento de tirar a Abin do GSI e levar para a Casa Civil vinha sendo construído desde a transição, com o objetivo de “desmilitarizar” o órgão. Depois dos atos golpistas de 8 de janeiro, a pressão nesse intuito aumentou.

Veja a publicação:

Abin sai das mãos do GSI e vai para a Casa Civil by Metropoles on Scribd

Abin alertou GDF sobre ameaças de invasão a prédios públicos

Nos bastidores, a Abin era vista como comandada sob forte influência de militares bolsonaristas nos últimos quatro anos. E, por isso, muitas de suas ações eram ignoradas pelo governo.

Exemplo: a produção de relatórios alertando sobre a gravidade do coronavírus e a necessidade de medidas sanitárias não teve apoio dos chefes do GSI. A Abin também fez um documento alertando para o perigo de os golpistas acampados em Brasília invadirem prédios na capital federal.

Novamente, o GSI teria ignorado os avisos. O resultado veio com a invasão e a destruição do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro.

A Abin, agora como integrante da Casa Civil da Presidência da República, “é órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência e tem por competência planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de inteligência do país, obedecidas a política e as diretrizes estabelecidas em legislação específica”. Luiz Fernando Correa, ex-diretor-geral da Polícia Federal no segundo governo Lula, é o favorito para assumir o cargo.

Mais lidas
Últimas notícias