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Professor da UnB lança livros de poemas inspirados na depressão

A “Trilogia de Perdas”, do poeta Piero Eyben, será lançada no Objeto Encontrado, às 19h, nesta quinta-feira (14/3)

atualizado

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Felipe Menezes/Metrópoles
Brasília (DF), 11/04/2017 Literatura – Piero EybenLocal: Colina – Universidade de Brasília Foto: Felipe Menezes/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 11/04/2017 Literatura – Piero EybenLocal: Colina – Universidade de Brasília Foto: Felipe Menezes/Metrópoles - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

Professor de literatura pela Universidade de Brasília (UnB), Piero Eyben encontrou na escrita a melhor forma de lidar com as dores provocadas por experiências pessoais. Nesta quinta-feira (13/4), ele lança a “Trilogia de Perdas”, que contém os livros “Um Móbile no Peito”, “Algum Olhar Apesar” e “Cada Vez Tuas Mãos”, no Objeto Encontrado (102 Norte), às 19h.

Reprodução
Os livros, lançados pela editora Horizonte, serão vendidos em todas as livrarias da cidade. O conjunto pode ser comprado por R$ 90. Separadas, cada obra custa R$ 37, R$ 28 e R$ 31, respectivamente.

Gestada desde 2015, a trilogia foi pensada originalmente como um só livro. “Comecei a fazer poemas mais próximos das sensações diárias, dos encontros do dia a dia, de sentimentos que estão no cotidiano”, explica. Porém, novos acontecimentos na vida do escritor, como a chegada da depressão, a morte de familiares e o término de relacionamentos, o obrigaram a trabalhar novos volumes.

Os poemas mudaram de acordo com o ritmo do meu corpo, que também mudou drasticamente. Experiências de muitas perdas pessoais tornaram-se as perdas necessárias ao poema. Constituíram um todo em que a ‘perda’ se torna não apenas o título oculto de cada um desses livros, mas a própria experiência de continuar a escrever poesia.

Piero Eyben

Parte de seus poemas foi publicada em sua página do Facebook, de modo a conferir como funciona a “partilha de dores”. Devido ao tom muitas vezes “sombrio”, por abordar temas como o suicídio, ele recebeu várias mensagens de preocupação – mas considerou a experiência positiva. “As pessoas estão procurando sempre algo a mais do que gifs animados ou discussão ideológica conservadora. Elas querem também poesia. Nesse sentido, a linguagem rápida do poema é ideal”, analisa.

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Apesar de trabalhar com questões pessoais, o escritor também afirma que a mudança no cenário mundial durante os últimos anos – marcada por recessões econômicas, escândalos políticos e crises éticas – também influenciou sua escrita, pois “isso move afetos”. “O silêncio a que nós estamos sendo submetidos aparece como mais uma espécie dessas perdas. São perdas de corpos, de espaço, de possibilidades”, finaliza.

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