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“Jogos Vorazes: A Esperança – O Final”: um épico de início morno e fim apressado

Em cartaz desde quarta (18/11), último capítulo da distopia narra a guerra armada e simbólica entre Katniss Everdeen e rebeldes contra a Capital

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Lionsgate/Divulgação
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1 de 1 Lionsgate/Divulgação - Foto: Lionsgate/Divulgação

Como tem sido costumeiro nessa era de intermináveis franquias e sequências, “Jogos Vorazes: A Esperança – O Final” começa à maneira de um episódio de seriado. Parte exatamente de onde a “Parte 1” (2014) terminou, com Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) prestes a se lançar num derradeiro confronto com a Capital e seu líder, Snow (Donald Sutherland). Desta vez, porém, “a guerra é pessoal”, como ela própria afirma numa conversa com Gale (Liam Hemsworth).

As frequentes referências aos filmes anteriores tornam a primeira hora de “O Final” de fato um produto segmentado, destinado aos fãs. Entre um diálogo e outro, vê-se Katniss em uma nova operação publicitária comandada pelos líderes rebeldes Coin (Julianne Moore) e Plutarch (Philip Seymour Hoffman).

Enquanto tenta se reconectar com Peeta (Josh Hutcherson), ainda atormentado pela lavagem cerebral que sofreu, ela é embalada como mártir para as multidões. A típica jornada de sacrifícios pessoais e armadilhas envolve Katniss e um grupo de amigos numa missão rumo à Capital. O que Katniss esconde de todo mundo é o seu objetivo final: matar Snow.

Guerra de informação
Diretor de um filme da franquia pela terceira vez, Francis Lawrence conduz aqui um roteiro apressado da metade para o fim, sem tempo para uma das mais interessantes divagações da história: o conflito entre a imagem idealizada de Katniss, explorada à beça tanto pela Capital quanto pelos rebeldes, e a heroína de carne e osso.

Apesar de prometer pompa dramática e pirotécnica, o último “Jogos Vorazes” entrega poucas passagens convincentes. Uma delas, talvez a melhor de todo o longa, emoldura Katniss e os soldados a caminho da capital por vias subterrâneas. Lá embaixo, os bestantes, criaturas albinas que se movem como répteis, atacam os rebeldes numa violenta perseguição. As demais cenas de ação soam meramente utilitárias, empurrando a narrativa adiante com supostas reflexões sobre os horrores da guerra.

“A Esperança – O Final” parece sofrer do mesmo mal que engole certos fins de franquia, como o frustrante último capítulo de “O Hobbit”. Almeja uma conclusão épica, mas é capaz de atingir somente quem já sabe o que esperar.

Avaliação: Regular

Veja salas e horários de “Jogos Vorazes: A Esperança – O Final”.

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