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Crítica: “Cinema Novo” abre Festival de Brasília com tributo poético

O 49º Festival de Brasília começou nesta terça (20/9), com exibição do curta “Improvável Encontro” e do longa “Cinema Novo”, ambos fora de competição

atualizado

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A Falecida, Cinema Novo de Eryk Rocha, Leon Hirszman
1 de 1 A Falecida, Cinema Novo de Eryk Rocha, Leon Hirszman - Foto: Divulgação

A primeira noite do 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro teve um quê de nostalgia. Os dois filmes que abriram o evento entregaram homenagens singelas a grandes artistas brasileiros do passado. Lauro Escorel apresentou o curta “Improvável Encontro”, breve relato sobre a amizade entre os fotógrafos José Medeiros e Thomaz Farkas. Eryk Rocha mostrou o longa “Cinema Novo”, documentário dedicado ao movimento que agitou a produção brasileira nos anos 60.

Leia críticas dos filmes exibidos na terça (20/9), no 49º Festival de Brasília:

“Cinema Novo” (RJ), de Eryk Rocha: uma colagem cinéfila
No melhor dos sonhos de qualquer cinéfilo apaixonado pelo cinema brasileiro, certas obras se misturariam para formar um filme máximo. Uma cena de “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964) é continuada por outra de “Vidas Secas” (1963). Os olhares da torcida em “Garrincha, Alegria do Povo” (1962) se estendem para as emoções de Fernanda Montenegro em “A Falecida” (1965, foto no alto).

O documentário “Cinema Novo” começa nesses termos: um ensaio livre que navega por dezenas de filmes sem objetivo definido. Cata um plano aqui, um diálogo ali, uma trilha acolá. Uma aventura guiada por imagem e som para dentro do movimento que mudou o cinema brasileiro, sobretudo nos anos 1960.

Mas, à procura de contexto, Eryk pouco a pouco interrompe essa curiosa conversa abstrata (mas orgânica) entre os filmes para nos lembrar que estamos diante de um documentário sobre cinema. Usando apenas imagens de época, o diretor costura o ensaio com entrevistas e conversas entre os autores do movimento – Glauber Rocha, Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Carlos Diegues, Ruy Guerra e outros mais.

Eryk toma distância do voo onírico e se aproxima da crônica histórica. Lembra o golpe militar de 64 e a ditadura, levanta dilemas – os filmes falavam sobre a realidade e o povo, mas não eram exatamente populares. Em termos simples, “Cinema Novo” é uma poesia funcional – capaz de, quem sabe, despertar novos e velhos cinéfilos.

Avaliação: Regular

 

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“Improvável Encontro” (SP), de Lauro Escorel: quando fotos conversam
Nome dos mais reconhecíveis na fotografia de cinema no Brasil, Escorel tem um óbvio interesse pessoal e profissional no assunto. Ao reunir dezenas de trabalhos de José Medeiros e Thomaz Farkas e colher depoimentos para complementar as imagens, o diretor assume uma estética bastante tradicional para narrar histórias de amizade, trocas de experiências e explicar e comparar os estilos de cada um – Medeiros era espontâneo por natureza, Farkas preferia o formalismo.

Escorel não necessariamente cai na tentação de uma dupla hagiografia. Ele tenta construir um registro informativo sobre como a fotografia dos anos 40 e 50 ajudou a erguer uma imagem autêntica do Brasil, seu povo, suas mazelas e suas alegrias. Um curta singelo, instrutivo, mas que não vai muito além de um memorial.

Avaliação: Regular

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