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Crítica: “Bruxa de Blair” expande mitologia, mas não surpreende

Sequência dirigida por Adam Wingard narra a ida de mais um grupo de jovens à mesma floresta do filme de 1999

atualizado

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Paris Filmes/Divulgação
Bruxa de Blair
1 de 1 Bruxa de Blair - Foto: Paris Filmes/Divulgação

Desde que “A Bruxa de Blair” (1999) chegou para popularizar de vez o subgênero found footage (“gravação encontrada”), sobram exemplares que tentam copiar ou reprisar o fator-surpresa e a aflitiva estética pseudo-documental do filme. Caça-níqueis à parte, existem bons exemplos, como o espanhol “[Rec]” (2007), e pelo menos uma obra capaz de transcender o estilo, “A Visita” (2015; leia crítica). Até que, em 2016, parecemos voltar à estaca zero com uma sequência de “Blair”.

No papel, não se pode dizer que o projeto é comandado por um picareta qualquer. Adam Wingard é famoso no circuito independente por seus curtas e longas, como “Você É o Próximo” (2011) e o ótimo “The Guest” (2014), infelizmente não lançado no Brasil.

O novo “Bruxa de Blair” tentou repetir um pouco do mistério que rodeava o original: começou a ser filmado em segredo e sob título falso (“The Woods”). Na tela, o que se vê é mais uma homenagem ao longa de 1999 do que uma sequência com vida própria. A trama também não tenta muito mais que um flashback.

James (James Allen McCune) descobre na internet um vídeo sobre o conhecido mito da Bruxa de Blair e do sumiço de estudantes. Ele ainda acredita que a irmã mais velha, Heather, ainda esteja viva ou desaparecida na aterrorizante floresta de Black Hills, em Maryland. Na expedição, leva uma documentarista interessada no caso, dois amigos e os responsáveis pelo vídeo recém-descoberto.

Avanços na mitologia, mas não na estética
Wingard é obviamente fã do original, então investe em diferentes maneiras de abordar a mitologia já existente para levá-la adiante. Os jovens carregam para a floresta topo tipo de aparato para filmar, desde minicâmeras acopladas à orelha a um drone. O casal que postou o vídeo e gerou curiosidade em James e amigos é mais old school: usa uma câmera DV, a mesma dos estudantes de 1999.

Trocando de pontos de vista, Wingard pretende também expandir a tensão. Cada estalo, ruído e rangido na mata ganha uma dimensão em HD, mas não necessariamente particular. O diretor retrabalha o original quase que para atualizá-lo, num gesto que acaba frustrando quem espera ser surpreendido. O drone, por exemplo, é um mero capricho.

Lá pelas tantas, a história larga os sustinhos para inaugurar regrinhas sobre a bruxa e suas raríssimas e sutis aparições: quem vê a bruxa, morre de susto. Na falta de frescor estético, essa parece ser a principal estratégia do projeto: informar e esconder, talvez em busca de novas sequências (todas iguais?).

Chega a ser frustrante a falta de ambição de “Bruxa de Blair”, mais um found footage que imita à risca a narrativa do filme que explodiu a onda dos falsos documentários de terror: gritos no escuro e em primeira pessoa e um clímax numa cabana – aqui mui competente, mas manjado. Por mais que pupilos tentem carimbar as mesmas notas, “A Bruxa de Blair” (1999) segue autêntico.

Avaliação: Regular

Veja horários e salas de “Bruxa de Blair”.

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