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Crise na polícia. Delegado puxa arma para colega dentro da 32ª DP

Um dos agentes que estava próximo precisou intervir e dar uma chave de braço no novo delegado-chefe e evitar que houvesse disparo

atualizado

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Divulgação/PCDF
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A crise na Polícia Civil, por pouco, não terminou em tragédia nesta segunda-feira (24/10). Um delegado chegou a puxar a arma para outro colega dentro da 32ª Delegacia de Polícia (Samambaia). O caso ocorreu pela manhã, durante a transmissão do cargo de delegado-chefe na unidade. Ambos foram chamados às pressas no começo da tarde na direção-geral da corporação para serem ouvidos. O fato será apurado pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil.

De acordo com pessoas que presenciaram o fato, após uma ríspida discussão, o delegado Júlio Cesar de Oliveira Silva, que assumiu o cargo no lugar de Moisés Martins na 32ª DP, sacou a arma e apontou para o colega. Um dos agentes que estava próximo precisou intervir e dar uma chave de braço no novo delegado-chefe, segundo informações que circularam por diversos grupos de WhatsApp formados por agentes e delegados.

Moisés Martins contou a sua versão dos fatos também nos grupos de WhatsApp de policiais. Ele confirmou a confusão e disse que, logo após o episódio, registrou ocorrência policial devido ao “desrespeito e destrato” que sofreu na 32ª DP”. Ele afirmou que foi acusado por Júlio César de ter difamado o delegado nos corredores da DP.

Inconformado, Moisés foi tirar satisfação com Júlio César. “Questionei sobre as mentiras, oportunidade em que ambos (o delegado e o agente identificado como Menezes) vieram na minha direção, sendo contidos pelos policiais que estavam no local.”

De acordo com ele, quando já estava deixando a DP, “os dois continuaram afirmando as mentiras, momento em que perguntei ao Dr. Júlio Cesar como ele queria resolver aquele problema. Sentindo-se afrontado, ele tentou pegar sua arma de fogo no bolso da frente de sua calça, instante em que um dos policiais o surpreendeu, desarmando-o. Temendo por algo pior, os policiais me levaram para uma das viaturas e saíram comigo daquela unidade.”

Moisés Martins foi exonerado na sexta-feira (21) com outros seis delegados. Eles são considerados pela direção da Polícia Civil como “insurgentes”, porque apoiam o movimento que pede a paridade dos salários da corporação com os dos agentes da Polícia Federal.

De acordo com fontes ouvidas pelo Metrópoles, a nomeação de Júlio Cesar sofria resistência por parte dos delegados pelo fato de ele ser filiado ao PSB, partido do governador Rodrigo Rollemberg, e ter concorrido ao cargo de distrital nas últimas eleições. O delegado chegou a distribuir material publicitário em que aparece ao lado de Rollemberg. Antes de ser nomeado para o cargo de delegado-chefe na última sexta-feira (21/10), ele ocupava cargo comissionado na Secretaria de Transportes.

Nota da direção
A direção da Polícia Civil confirmou, por meio de nota, que foi registrada uma ocorrência (nº 18/2016) na Corregedoria-Geral da corporação para apurar a confusão envolvendo os dois delegados. E que serão investigados tanto os aspectos criminais quanto os disciplinares que envolvem o episódio. Até a última atualização dessa reportagem, o delegado Júlio César não havia se posicionado.

Nesta segunda, os delegados fazem uma mobilização em frente ao Palácio do Planalto. O objetivo do ato é informar o presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), sobre “a situação caótica em que vive a segurança pública do DF”.

 

 

 

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