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Rollemberg evita comentar operação contra distritais

Apesar de demonstrar bom humor, o governador do DF saiu de evento sem falar com jornalistas sobre a crise no Legislativo

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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1 de 1 rollemberg - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) preferiu não comentar a operação deflagrada pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), com apoio da Polícia Civil, nesta terça-feira (23/8). Durante agenda no Palácio do Buriti, o chefe do Executivo evitou a imprensa e saiu rapidamente, alegando ter um compromisso, antes que o evento do qual participava terminasse.

Quem participou da agenda, o lançamento do edital de educação inclusiva do Fundo de Apoio à Pesquisa (FAP-DF), não deixou de notar o bom humor do socialista. Ele se divertiu ao som da música que embalava o evento, acompanhando o ritmo com movimentos da cabeça. Ao subir ao tablado para falar da FAP, avisou, de início, que teria que ir embora por conta de um compromisso.

Os jornalistas se juntaram no canto e abordaram o governador ao término do discurso. Ele estava bastante descontraído e passou sorrindo, mas não falou nada. Quando saiu do local, alguns profissionais da imprensa chegaram a invadir a área reservada para tentar conversar com ele. Foram rapidamente retirados pelos seguranças.

Operação Drácon
Durante a ação, foram cumpridos 14 mandados de busca, apreensão e oito de condução coercitiva contra os cinco distritais integrantes da Mesa Diretora, servidores e ex-servidores da Casa, além do deputado Cristiano Araújo (PSD). A ação ocorreu uma semana depois de áudios feitos pela deputada Liliane Roriz (PTB) sobre um suposto esquema de corrupção envolvendo parlamentares serem divulgados.

Desde as primeiras horas da manhã, mais de 60 agentes da Polícia Civil e promotores do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) cumprem as ordens judiciais. Cinco distritais – Celina Leão (PPS), Julio César (PRB), Raimundo Ribeiro (PPS), Bispo Enato (PR) e Cristiano Araújo (PSD) foram ouvidos sobre as denúncias na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap).

A operação é liderada pela Procuradoria-Geral do MPDFT e conta com a participação de pelo menos 10 promotores. Além dos mandados, foi determinado o afastamento cautelar da Mesa Diretora foi assinado pelo desembargador Humberto Ulhoa. Assume o comando da Câmara o deputado Juarezão, que é do mesmo partido do governador Rollemberg.

O socialista foi acusado pela presidente da Câmara, Celina Leão, de ser o responsável por ajudar Liliane nos grampos dos parlamentares. Para Celina, o objetivo do governador era tirar do foco a família dele, um dos alvos da CPI da Saúde.

Assunto da Câmara
Por telefone, a Subchefia de Relações com a Imprensa do Palácio do Buriti afirmou que “é uma questão da Câmara Legislativa”. “O Governo do Distrito Federal (GDF) vai continuar trabalhando e espera que a situação não prejudique o bom diálogo na aprovação de projetos que melhoram a vida da população”, completou.

Em nota, a Secretaria de Saúde afirmou que a Lei 5.556 da Câmara Legislativa destinava créditos suplementares ao GDF, num valor total de R$ 51.652.627. Do montante, R$ 30 milhões seriam transferidos à saúde – mais especificamente ao pagamento de serviços complementares de UTI. Os recursos vieram de emendas parlamentares.

“A denúncia, no sentido da suposta exigência de algum tipo de entendimento prévio entre os parlamentares que apresentaram as emendas e as empresas que prestam os serviços, é grave, e é do interesse máximo do GDF e da atual gestão da Secretaria de Saúde que seja apurada com o máximo rigor e com a punição exemplar de todos os que eventualmente estejam envolvidos em irregularidades”, completou a nota.

A pasta informou ainda que o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, já determinou que a Corregedoria realize a apuração dos fatos nessa nova fase da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

 

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