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GDF gastou R$ 87,7 milhões com publicidade oficial em 2016

O gasto foi 68,9% maior que o de 2015. O valor, porém, corresponde a pouco mais do que a metade da despesa no último ano da gestão de Agnelo

atualizado

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Felipe Menezes/Metrópoles
nascer do sol buriti
1 de 1 nascer do sol buriti - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

Sob a gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB), o GDF desembolsou R$ 87,7 milhões em publicidade durante 2016. Desse total, R$ 16,9 milhões referem-se a dívidas de exercícios anteriores. O dinheiro foi empregado, principalmente, em veículos de comunicação e produtoras. A maior parte do aporte ficou com as televisões.

Propagandas oficiais nas TVs consumiram R$ 29,3 milhões, sendo a Globo o meio com a maior fatia da publicidade governamental (R$ 14,8 milhões), seguida pelo SBT (R$ 5,8 milhões) e pela Record (R$ 4 milhões). Os gastos são, obrigatoriamente, divulgados no Diário Oficial do DF a cada trimestre.

Os jornais impressos levaram a segunda maior cota da publicidade — R$ 15,7 milhões, sendo a maior parte para o Correio Braziliense (R$ 3,4 milhões). Jornal de Brasília (R$ 2 milhões) e Alô Brasília (R$ 1,3 milhão) ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente.

O GDF também investiu na divulgação de suas mensagens via rádio (R$ 11,3 milhões), com destaque para a Clube FM (R$ 1,4 milhão), empresa que, ao lado do Correio Braziliense, integra o grupo Diários Associados.

Somados todos os veículos do grupo, que ainda inclui a TV Brasília, o Correioweb, o Correiobraziliense.com, o Aqui DF, a Revista Encontro e a Look Indoor, os Diários Associados receberam R$ 6,3 milhões em publicidade oficial em 2016.

Em segundo lugar entre as rádios que mais receberam dinheiro de propaganda do Buriti, está a Atividade FM (R$ 1 milhão). Seguem nesse ranking a Jovem Pan (R$ 796 mil), a CBN (R$ 644 mil), a Band News (R$ 336 mil) e a OK FM (R$ 38 mil).

Publicidade na internet
Já os veículos de internet faturaram, juntos, R$ 4,5 milhões em publicidade oficial — três vezes menos que os jornais impressos e seis vezes abaixo dos gastos na TV. O domínio onde o GDF mais aplicou recursos foi o Globo.com (R$ 261 mil).

O Correioweb aparece em segundo lugar, com aporte de R$ 257 mil, seguido pelos sites Mais Comunidade (R$ 186 mil), Correiobraziliense.com (R$ 184 mil), R7 (R$ 137 mil) e Brasil 247 (R$ 116 mil). Em 2016, o portal Metrópoles recebeu, em publicidade do GDF, R$ 19,8 mil.

O levantamento sobre gastos de propaganda oficial feito pelo Metrópoles usou como base as três empresas que mais receberam do GDF em cada contrato. Portanto, o recorte indica que as empresas citadas podem ter recebido mais, já que há contratos de menores valores pulverizados no Diário Oficial do DF.

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Gastos crescentes
Em 2016, o governo de Rodrigo Rollemberg gastou 68,9% a mais com publicidade oficial do que em 2015. O valor, no entanto, corresponde a pouco mais do que a metade da despesa no último ano do mandato do petista Agnelo Queiroz (R$ 121,7 milhões). Em 2013, o aporte com esse tipo de gasto foi ainda mais alto: R$ 191,5 milhões.

Levando em conta o último trimestre de 2015 com o mesmo período do ano passado, houve uma mudança na estratégia de divulgação do governo. O GDF migrou parte de sua atenção para os veículos on-line. Em termos de volume de investimento, os meios como TVs e jornais ainda ficaram com a maior fatia do bolo publicitário. Percentualmente, no entanto, houve uma queda no faturamento desses meios, segundo apontam os dados do DODF.

Nos três últimos meses de 2015, o governo pagou R$ 5,2 milhões às TVs. Em 2016, foram direcionados para esses veículos R$ 4,5 milhões, portanto houve uma queda dos gastos da ordem de 13,4%. No caso dos jornais impressos, a redução foi maior, de 31,2%. Enquanto isso, a publicidade em meios digitais e nas rádios aumentou 120% e 118%, respectivamente.

Fatia das produtoras
As produtoras ficaram com a terceira fatia mais gorda da publicidade do GDF — R$ 12,5 milhões. Elas tiveram a responsabilidade de elaborar cartazes, filmes, panfletos e outros materiais para divulgar o Buriti. A Start Produções foi a que mais recebeu dos contratos, totalizando R$ 1,8 milhão. Studio Treze ficou em segundo (R$ 738 mil) e Conecta Comunicação, em terceiro (R$ 726 mil).

“Utilidade pública”
Ao ser acionado pelo Metrópoles para comentar as despesas, o GDF afirmou, por meio de nota da Chefia de Comunicação Institucional e Interação Social, que “a publicidade realizada pelo governo de Brasília é de utilidade pública e de prestação de contas das ações governamentais. Todas as peças publicitárias produzidas na administração atual estão disponíveis no site do GDF. O objetivo é informar a população sobre as políticas públicas de forma a esclarecer, orientar e dar transparência”.

Ainda de acordo com a pasta, “em 2015 e 2016, foram realizadas 56 campanhas de utilidade pública, como as relacionadas à prevenção da dengue, ao incentivo ao aleitamento materno e à necessidade de doação de sangue, entre outras”.

O GDF ressaltou que “todas as campanhas trazem resultados diretos para a população e para o Estado”. A nota conclui dizendo que “as opções políticas de investimento em torno dos valores a serem gastos em publicidade em 2016 são ditadas, portanto, pela necessidade de o governo de Brasília se comunicar com a sociedade para prestar contas de suas ações em benefício da cidade e informar sobre os diversos assuntos de interesse da população do Distrito Federal”.

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