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Crise hídrica: DF entra em estado de emergência por 180 dias

Medida permite contratação de serviços e a compra de materiais sem licitação e facilita o recebimento de recursos do governo federal

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Racionamento de Agua – Barragem do Descoberto
1 de 1 Racionamento de Agua – Barragem do Descoberto - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Por conta da crise hídrica, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) decretou nesta quarta-feira (25/1) estado de emergência no Distrito Federal por 180 dias. A medida permite ao GDF fazer a contratação de serviços e a compra de materiais relacionadas ao problema da escassez de água sem licitação e facilita o recebimento de recursos da área federal.

Pela primeira vez na história da cidade, a capital do país enfrenta um racionamento de água. Ao decretar estado de emergência, Rollemberg autoriza a Agência Reguladora das Águas (Adasa) a restringir o uso de recursos hídricos que não sejam destinados ao consumo humano. A medida atinge, por exemplo, a água destinada à utilização domiciliar, comercial, industrial, lazer e agropecuária.

Também será limitada a captação nos três principais córregos da Bacia Hidrográfica do Descoberto — Alto Descoberto, Ribeirão Rodeador e Ribeirão das Pedras — para qualquer uso que não seja o consumo humano.

A Adasa determinará as novas regras por meio de resolução. “As restrições são importantes para o atual momento de crise hídrica, enquanto esperamos as chuvas”, justifica o diretor-presidente do órgão, Paulo Salles.

Caberá à Agefis, ao Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e à Polícia Militar fiscalizar todas as medidas previstas no decreto, aplicando sanções se for necessário.

Ao justificar a adoção do estado de emergência no decreto publicado no Diário Oficial do DF, o governador destacou que nos anos de 2015 e 2016 houve queda de 42,5% e 35,7% no regime de chuvas na região do reservatório do Descoberto, responsável por 60% do abastecimento local, respectivamente.

Racionamento
O racionamento no fornecimento de água, adotado desde o dia 16 de janeiro, atinge cerca de 1,8 milhão de pessoas em Águas Claras, na Candangolândia, em Ceilândia, no Gama, no Guará, no Núcleo Bandeirante, no Park Way, no Recanto das Emas, no Riacho Fundo I, no Riacho Fundo II, em Santa Maria, em Samambaia, em Taguatinga e em Vicente Pires.]

Onze regiões do Distrito Federal serão atingidas nesta quarta pelo racionamento de água, na segunda semana em que a medida foi adotada. Ficarão sem água a partir das 8h parte de Águas Claras e Ceilândia, além de Park Way, Núcleo Bandeirante, C.A. IAPI, Candangolândia, Setor de Postos e Motéis, Metropolitana, Vila Cauhy, Vargem Bonita e Samambaia.

A partir de 30 de janeiro, será reduzida a pressão da rede nas regiões abastecidas pelo Sistema Torto/Santa Maria, atingindo o Plano Piloto e lagos Sul e Norte, Cruzeiro e outras regiões. Até lá, a companhia informa que fará testes e regulagens de válvulas na área.

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