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Chilena é detida após cantar em estação do Metrô-DF

Alexandra foi imobilizada e algemada na estação do ParkShopping, nesta quarta-feira (8/2), e encaminhada à delegacia

atualizado

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Divulgação
Metrô1
1 de 1 Metrô1 - Foto: Divulgação

Uma mulher chilena foi imobilizada e detida por agentes de segurança operacional da Companhia Metropolitana de Brasília (Metrô-DF), enquanto cantava na estação do ParkShopping. O caso ocorreu na noite desta quarta-feira (8/2) e foi flagrado por um usuário do sistema. O vídeo postado por ele na internet já tem cerca de 50 mil visualizações e 1 mil compartilhamentos.

A moça, identificada como Alexandra Andrea Briones Silva, 24 anos, chegou ao Brasil em setembro do ano passado. Os relatos feitos no Facebook apontam que a chilena estava cantando na estação quando foi impedida pelos seguranças. Eles disseram que a ação era proibida no local.

No vídeo, os dois seguranças imobilizam e algemam Alexandra. A mulher chora bastante e parece não entender o que está acontecendo. Explica que chegou de Valparaíso do Chile e diz: “Eu só sou uma menina que quero fazer música e conhecer o país.”

O chefe da equipe chega e os seguranças explicam que a moça teria chutado um deles. O homem que filma a ação garante que isso em momento nenhum ocorreu.

Confira a publicação:

 

Uma mulher querendo ganhar seu dinheiro dignamente através dá sua voz é presa de forma brutal pelos seguranças do metrô de Brasília na estação PARK SHOPPING por volta das 19h, porque alegaram que a ação da moça era em local proibido, um horror de profissionais despreparados…o que acontece que infelizmente não peguei do início onde ela dizia somente querer cantar, e quando ela colocou a voz pra fora mais uma vez eles agarraram no seu equipamento com brutalidade porque eu estava lá… Eu não gravei antes porque eu não imaginava que eles iriam fazer o que fizeram por causa disso! Eu sei muito bem que contra fatos não há argumentos, e em todas as hipóteses eles estão completamente errados, então antes de questionar o vídeo por não estar completo imagina sua mãe, sua amiga ou irmã em uma situação dessa, você iria se basear em quê vendo um vídeo desse? Me poupe! Não vou generalizar, mas tenho vergonha dessa “Pátria Amada Brasil” Viva a liberdade dá arte! #GravoMesmo #PostoMesmo

Publicado por Rodrigo Deoli em Quarta, 8 de fevereiro de 2017

A mulher foi levada para a 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) e autuada por pertubação do trabalho ou do sossego alheio. Em depoimento, Alexandra negou as acusações. Ela foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito e liberada logo em seguida.

O advogado criminalista Marcelo Turbay foi acionado por uma artista e amiga da jovem para ajudá-la. “Ela me procurou e disse que a moça se apresentava no Metrô, quando sofreu a abordagem truculenta. O que o vídeo mostra é que ela foi abordada de forma ríspida pelos seguranças do local, que a retiraram de lá e levaram a sua caixa de som”, comentou.

Segundo Turbay, o Brasil vive hoje um momento de intolerância e desamor. “Enquanto pelo mundo inteiro artistas de rua se apresentam em todos os cantos, Brasília presenciou um espetáculo de truculência e insensibilidade”, ressaltou o advogado.

Em nota, o Metrô lamentou o incidente ocorrido na Estação Shopping, envolvendo uma artista de rua. “As imagens foram registradas pelas câmeras de segurança. Os agentes de segurança da Companhia tentaram dialogar, mas foram agredidos pela artista. A empresa tem um programa específico para autorizar os artistas de rua a tocarem nas estações”, informa o texto.

A Companhia vai instaurar um procedimento para investigar a ação dos agentes envolvidos. O regulamento para apresentação de artistas nas estações está disponível no endereço eletrônico www.metro.df.gov.br/cultura2.

A reportagem entrou em contato com a Embaixada do Chile, mas até o momento não obteve resposta.

Assista o vídeo:

De acordo com as informações repassadas pela amiga de Alexandra, a chilena chegou ao Brasil por Rondônia e a ideia era ganhar um dinheiro no país cantando pelas ruas e por bares. Ela passou por Goiânia, Pirenópolis até chegar a Brasília, onde acabou presa.

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