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Mãe de bebê sequestrado no Hran presta depoimento na DRS

Segundo testemunhas, recém-nascido teria sido levada nesta terça (6/6) por uma mulher loira com vestido florido

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Mãe sequestro
1 de 1 Mãe sequestro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Polícia Civil investiga o sequestro de um recém-nascido no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) no começo da tarde desta terça-feira (6/6). A suspeita é de que uma “mulher de vestido florido”, segundo testemunhas, tenha levado a criança de dentro da unidade de saúde, que é referência no Distrito Federal em tratamento de vítimas de queimaduras.

A Delegacia de Repressão a Sequestro (DRS) deve divulgar um retrato falado com as características da suspeita. O Hran não confirma se a pessoa que levou a criança é um homem ou uma mulher. A suspeita é de que o recém-nascido (e não recém-nascida, como a Secretaria de Saúde havia informado anteriormente) tenha sido levado em uma mala ou uma bolsa, já que toda criança que sai do local passa pelo crivo dos vigilantes.

De acordo com o diretor-geral do Hran, José Adorno, os funcionários foram notificados do sumiço da criança às 12h desta terça e, logo em seguida, a 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) foi acionada. O caso passou para a DRS. “Foi noticiado que a mãe não estava no leito no momento em que o bebê foi levado. Apuramos o fato e então entendemos que se tratava de um sequestro”, explica.

A criança, segundo ele, nasceu em 25 de maio, na Unidade Básica de Saúde da Estrutural, e depois foi transferida para o Hran. Ou seja, tem apenas 12 dias de vida. A Secretaria de Saúde disponibilizou uma equipe com psicólogo e assistente social para atender a mãe e a família.

De acordo com o diretor, o hospital dispõe de 28 câmeras, seis apenas no alojamento conjunto do segundo andar, onde a criança desapareceu. Mas elas não registraram as imagens porque o processo de contratação da empresa que seria responsável pelas gravações foi suspenso pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). A Corte teria autorizado a continuidade da licitação, que está em andamento, segundo a secretaria.

Cuidados especiais
Ainda segundo o diretor do Hran, a segurança do hospital é feita rotineiramente. “Nós dispomos de 17 vigilantes por dia e por turno”, ressaltou. O bebê teria alta nesta quinta-feira (8). Como estava com um equipamento de acesso à veia, a criança está com um hematoma no bracinho e precisa de cuidados especiais.

O recém-nascido, segundo uma servidora do berçário da unidade, teria sido levado durante uma atividade para as mães que estão internadas, intitulada “Dia da Beleza”. A mãe da menino, uma jovem de 19 anos, estava participando da atividade quando teve a criança levada. A mulher foi encaminhada à DRS, no Setor de Garagens Norte, onde prestou depoimento no fim da tarde desta terça. O pai também foi ouvido e liberado pelos policiais.

A mulher, cujo nome não foi divulgado, conta que pediu para que uma outra mãe olhasse seu bebê no leito para que participasse do “Dia da Beleza”. Quando voltou, a criança não estava mais no local. A Polícia Militar foi informada do rapto, pois mantém um posto dentro do hospital. E vasculhou a unidade, sem sucesso, De acordo com características repassadas à corporação, a pessoa que levou a criança é uma gestante, baixa, com cabelos loiros e que usava roupa florida.

Na porta do hospital, o bochincho é grande. Algumas pessoas dizem que alguém da própria família da mãe levou a criança. Outras dizem que a mulher de 19 anos não estaria muito abalada com o caso e também que ela teria dado a criança. Mas tudo isso são especulações, pelo menos por enquanto.

Caso Pedrinho
O caso é parecido com o de Pedro Júnior Rosalino Braule Pinto, Pedrinho, que foi sequestrado em 1986 na maternidade do Hospital Santa Lúcia, na Asa Sul, e levado para Goiânia, onde viveu 16 anos como filho de Vilma Martins Costa, com o nome Osvaldo Martins Borges.

Simulando uma gravidez, Vilma sequestrou a criança para forçar o então companheiro, Osvaldo Martins Borges, a casar-se com ela. Ela acabou conseguindo seu objetivo. Ao ver a mulher supostamente grávida, Osvaldo deixou a família e criou Pedrinho com Vilma como se fosse seu filho legítimo.

Em 2002, os pais biológicos, que moram em Brasília, encontraram o menino e o episódio ficou conhecido como “caso Pedrinho”. O rapaz ainda mantém contato com Vilma, que chegou a ser condenada e presa.

Pedrinho virou advogado, casou-se, e mora na capital do país. Atualmente, compõe a banca de defesa do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). Quinze anos depois de o rapaz ser encontrado, outro episódio semelhante, desta vez no Hran.

Nota do TCDF
Sobre as câmeras de segurança, o Tribunal de Contas do Distrito Federal divulgou uma nota no fim da tarde desta terça na qual informa que, em 2012, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal iniciou procedimento para adesão a uma Ata de Registro de Preços (ARP) do Senado Federal que previa o fornecimento, a instalação e a manutenção de câmeras para vigilância eletrônica.

O TCDF realizou uma auditoria entre agosto e novembro de 2016, por meio do processo 35025/2015, para fiscalizar os bens móveis permanentes estocados pela SES/DF. O relatório final aponta que, das 900 câmeras adquiridas, apenas 95 foram instaladas; dos 15 storages previstos para armazenagem de rede só três foram configurados; e dos quatro gerenciadores de sistema, apenas um foi configurado.

A análise preliminar apontou que os hospitais não tinham a estrutura adequada para o funcionamento completo da solução de monitoramento eletrônico. Na compra realizada, não foi prevista, por exemplo, a aquisição do switch, que é o equipamento que interliga as câmeras aos servidores e às estações de monitoramento.

O relatório de auditoria detalha que “em visita e entrevista com gestores do Hospital Regional da Asa Norte – HRAN, verificou-se que foram efetivamente instaladas 20 câmeras no local. Contudo, pela falta de estrutura , as câmeras nunca entraram em funcionamento”.

Denuncie
Quem tiver alguma informação sobre a criança sequestrada do Hran pode ligar para o 197, telefone de denúncia da Polícia Civil. Não é preciso se identificar.

 

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