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Agressões na UnB: polícia insere novas provas; MP analisa cinco ações

Desde as agressões que ocorreram no dia 17, representantes do Ministério Público trabalham com policiais civis do Distrito Federal na solução do caso

atualizado

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A Polícia Civil do Distrito Federal e o Ministério Público (MPDFT) ampliaram a investigação do ato de intolerância considerado homofóbico e racista realizado na sexta-feira passada (dia 17) nas dependências da Universidade de Brasília (UnB). Pelo menos 30 pessoas fizeram parte de um grupo que insultou e xingou universitários da federal.

Nesta semana, mais elementos do ato vieram a público quando o coletivo de comunicação Mídia Ninja divulgou áudios e conversas de membros de grupos de extrema direita que pregam violência contra estudantes. Nas gravações, pessoas não identificadas chegam a falar em uso de bombas, máquina de choque e violência física.

Desde as agressões que ocorreram no dia 17, representantes do Ministério Público trabalham com policiais civis do Distrito Federal na solução do caso. A Delegacia de Repressão aos Crimes de Intolerância (Decrin) abriu inquérito, no dia 20, para investigar o caso.

A conclusão das apurações deve sair em 30 dias. A  delegada Glaucia Cristina da Silva explica que áudios e mensagens de celular divulgados pelo coletivo de comunicação serão anexados ao inquérito.

A delegada explica que o fato de os suspeitos aparecerem nas gravações sem qualquer máscara vai colaborar com a velocidade da investigações. “Aparecem poucos nas imagens, mas sabemos que há mais pessoas envolvidas e que articulam esse tipo de manifestação”.

Atos de repúdio
Na fase atual do trabalho, os policiais recolhem provas, o que inclui a suspeito de uso de bomba durante o ato e indícios concretos de crimes como injúria e racismo. O  Ministério Público esclareceu que vai esperar a conclusão das investigações para “poder definir as medidas a serem adotadas, que dependerão dos crimes que forem identificados”.

Como há clara identificação dos suspeitos, medidas mais rápidas podem ser tomadas a fim de repudiar e reprimir atividades assim. Eles deixam o rosto à mostra também para terem projeção política eleitoral”, analisa o cientista social Frederico Tomé.

Na Universidade de Brasília, desde os insultos da semana passada, foram realizados pela comunidade acadêmica atos de repúdio às manifestações de intolerância. “O que aconteceu na sexta é inadmissível e não podemos permitir que isso se repita”, afirmou a coordenadora-geral da DCE, Sophia Luduvice, para o site da universidade.

Em nota, a UnB garantiu que apura internamente as circunstâncias das ocorrências “de natureza agressiva e intolerantes”.

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