A ex-cabeleireira Marina Mirtes foi covardemente espancada com golpes de martelo e teve o olho perfurado com uma chave de fenda pelo ex-companheiro, Jefferson Roberto dos Santos, em Luziânia (GO). Hoje, depois de oito anos da agressão, a mulher ainda sofre as consequências da violência, que deixaram sequelas físicas na vítima. Marina está impedida de trabalhar e tem dependido da ajuda de vizinhos para sobreviver.
“Desde o ocorrido, o meu olho, onde ele enfiou a chave de fenda, não funciona mais. O tempo todo sai secreções e eu não consigo enxergar. Não posso mais trabalhar e, com a pandemia, tudo ficou ainda mais difícil. Para piorar, entraram na minha casa e roubaram tudo que eu tinha. Eu estou passando por muita dificuldade e preciso de ajuda”, conta.
Ao Metrópoles, a mulher de 59 anos revelou sobreviver graças à boa vontade de pessoas que se sensibilizam com sua situação. Mirtes conta que depende dos outros até para conseguir se alimentar e ter um local para morar, desde a data em que ocorreu a agressão, no fim de setembro de 2013.

Mulher agredida por ex-companheiro Foto cedida por Maria Mirtes

Marina teve o olho perfurado com uma chave de fendaFoto cedida por Maria Mirtes

Vítima de tentativa de feminicídioFoto cedida por Maria Mirtes
Como muitas outras mulheres vítimas de violência doméstica, Marina também não denunciou o parceiro quando ocorreu a primeira agressão. Ela conta que tinha medo, pois ele ameaçava e dizia que a mataria se o deixasse.
No dia do crime, a mulher disse que estava ouvindo música quando o homem chegou alcoolizado e a agrediu. “Ele me pegou pelas costas, me jogou no chão e me chutou. Estava com ciúmes do cantor que eu estava ouvindo e, por isso, falou que ia me matar com a chave de fenda e com o martelo”, relembra Marina.
“Falou ainda que iria abrir a minha cabeça enquanto tentava quebrar a minha testa com o martelo, mas não conseguiu. Então, ele quebrou parte do meu rosto e do meu nariz com o martelo. Depois, furou meu olho direito com uma chave de fenda e eu fiquei cega. Pensei que fosse morrer”, ressaltou.
A vítima foi socorrida por vizinhos que ouviram a confusão e chamaram por socorro. No hospital, Marina foi internada e submetida a uma cirurgia reconstrutiva na face. “Eles operaram todo o meu rosto e, principalmente, o meu nariz com parte da minha costela. Também colocaram uma placa no meu rosto”, revelou a mulher.
Jefferson Roberto dos Santos, fugiu da cena do crime e ficou foragido por cinco anos. Segundo a dona de casa, ele foi detido no fim de 2018 em Montes Claros (MG), por ter agredido outra mulher. Ao identificar o foragido, a polícia o encaminhou para Luziânia e o processo por agressão a Marina começou a andar.
Desde então, a dona de casa diz viver com medo de que o homem apareça e a agrida novamente.
Para receber as doações, Marina disponibiliza seus dados bancários. Segundo a mulher, qualquer ajuda é bem-vinda, seja em dinheiro ou em mantimentos.
Dados bancários
Marina Mirtes Tocantins
Pix: 289.889.811-20
Conta Caixa: 3771-4