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Rainha de bateria trans que lutou contra preconceito volta ao Anhembi

Camila Prins será rainha de bateria da Colorado do Brás pelo 2º ano seguido; mulher trans, ela enfrentou até ameaça de greve em outra escola

atualizado

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Divulgação/Alex Pires
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1 de 1 Imagem mostra rainha de bateria em frente a fundo branco - Metrópoles - Foto: Divulgação/Alex Pires

São Paulo — A modelo e dançarina Camila Prins será, pelo segundo ano consecutivo, rainha da bateria da Colorado do Brás, no grupo de acesso do Carnaval de São Paulo. Quem a vê à frente do coração da escola não imagina que, no passado, chegou a enfrentar até ameaça de greve por parte de ritmistas de outra agremiação que não aceitavam o fato de ela ser uma mulher trans.

“É um posto desejado por muitas mulheres incríveis. Pelo meu gênero, por ser trans, consegui esse espaço e foi muito importante para a minha vida. Por meu sonho, mesmo”, diz a rainha de bateria.

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A relação de Camila com o Carnaval começou muito cedo, ainda na infância. “Desde os 6, 7 anos, bordava as minhas fantasias para participar de concursos no interior de São Paulo”, afirma.

A dançarina conta que também foi no interior de São Paulo, onde passou boa parte da vida, que encontrou sua identidade de gênero. E justamente durante o Carnaval, no início da adolescência, quando homens tinham o costume de participar da festa vestidos com roupas de mulheres.

Camila se encontrou no carnaval, mas foi necessário persistir para seguir em frente. Em 2018, o fato de ser eleita rainha trans na Camisa Verde e Branco incomodou parte dos ritmistas, que chegaram a sugerir uma greve contra ela. Entretanto, a dançarina deu a volta por cima e contou com o apoio da direção da escola para manter o posto.

Os desafios pelos quais Camila passou são frequentes também na vida de outras pessoas LGBTQIA+. “Sempre falo que têm que correr atrás e não desistir dos sonhos, que sempre podem ser realizados. A gente consegue com toda a garra, alegria, simpatia e humildade, em primeiro lugar. E respeito”, diz.

A rainha de bateria mora na Suíça há 24 anos e diz que a mudança para o país europeu veio da vontade de conhecer o mundo e achar um lugar onde seria mais respeitada. “Foi onde encontrei uma família, amor, a minha paz. Foi lá que consegui tudo da minha vida. Temos o nosso samba lá e sou rainha de bateria em uma escola na Suíça”, diz.

Sobre o desfile deste ano, Camila estará fantasiada de carcará e diz que deseja muito sucesso tanto para a Colorado do Brás quanto para a Dragões da Real, onde também desfila. “Espero que seja um ano de vitória e que consiga levar a energia positiva para a Colorado do Brás, para voltar ao nosso lugar, de onde nunca deveríamos ter saído. E para a Dragões da Real, que consiga ganhar esse título”, afirma.

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