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Racismo: MPSP denuncia preparador físico de adversário do Corinthians

Para MPSP, preparador físico incitou violência e praticou racismo ao imitar macaco para torcida do Corinthians na Neo Química Arena

atualizado

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Reprodução/MPSP
Imagem colorida de Sebastian Avellino Vargas, de branco, fazendo gestos supostamente racistas para a torcida do Corinthians
1 de 1 Imagem colorida de Sebastian Avellino Vargas, de branco, fazendo gestos supostamente racistas para a torcida do Corinthians - Foto: Reprodução/MPSP

São Paulo – O Ministério Público de São Paulo (MPSP) ofereceu denúncia de racismo contra o preparador físico Sebastian Avellino Vargas, do Universitario, do Peru, nesta quarta-feira (19/7). A promotoria também se negou a propor um acordo com o acusado e pediu à Justiça que ele pague indenização coletiva e continue preso preventivamente.

Vargas foi detido por imitar um macaco durante a partida com o Corinthians, na Neo Química Arena, em São Paulo, válida pela Copa Sul-Americana, na semana passada. O preparador físico alega inocência.

 

Para o promotor Pedro Henrique Pavanelli Lima, responsável pela denúncia, o acusado, mediante palavras e gestos, promoveu tumulto e incitou a violência no estádio. O crime tem pena máxima de dois anos de prisão e está previsto na Lei Geral do Esporte, de junho de 2023.

O preparador físico foi denunciado, ainda, por praticar “preconceito de raça e cor” – delito da Lei do Racismo, de 1989, que prevê até três anos de prisão.

“Com tais gestuais, o denunciado depreciou e inferiorizou a coletividade de pessoas pretas e pardas ao associá-la a animal irracional (macaco), cuja relação é comumente atrelada em razão da cor, a fim de indicar que pretos são animais, abaixo dos brancos na escala evolutiva”, escreveu o promotor.

Denúncia

A denúncia do MPSP tem como base o relato de cinco testemunhas incluídas no processo e o flagrante dos gestos feitos por Vargas, em vídeo gravado por um torcedor que estava na arquibancada.

Para Lima, o preparador físico da equipe peruana “simulou gestos de macaco com os braços direcionando-os aos torcedores brasileiros”.

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O promotor também narra que os crimes teriam sido praticados nos minutos finais da partida, quando Vargas estava recolhendo o material esportivo à beira do campo. “Ao se dirigir para os vestiários, passou em frente à arquibancada da torcida do time brasileiro, tendo proferido palavras e gestos em direção à torcida rival em clara provocação”, registrou.

“O denunciado, ao simular um macaco para ofender torcedores, pratica conduta preconceituosa escrachada que desqualifica, rejeita e hostiliza um grupo vulnerável (pretos e pardos)”.

Por se tratar de acusado estrangeiro, o MPSP também pediu para que o Ministério das Relações Exteriores seja comunicado da denúncia.

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