Grupo Casino fecha acordo com credores e deve evitar calote
O acordo dá fôlego ao grupo varejista francês, que enfrenta grave crise financeira
atualizado
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O grupo francês Casino, que controla o Grupo Pão de Açúcar no Brasil, anunciou um acordo com credores que deve ser suficiente para evitar um possível calote de títulos de dívida da companhia.
Em um comunicado, o Casino informa que os investidores renunciaram ao direito de desencadear um eventual “default”. Em linhas gerais, “default” significa calote ou moratória. Ele acontece quando as condições legais de um empréstimo são descumpridas. Ou seja, empresas que atrasam ou não honram pagamentos junto a bancos e demais credores podem entrar em “default”.
Em troca, como parte do acordo, os detentores de títulos ganharam o direito de poder se apropriar, a qualquer momento, de sua parte dos valores mobiliários do grupo francês mantidos em custódia. Eles também podem designar um agente fiduciário para vendê-los.
“No caso de tal apropriação ou venda, o restante, se houver, da reivindicação do credor seria pago na data de vencimento inicialmente acordada no financiamento”, informou o Casino.
O acordo dá fôlego ao grupo varejista francês, que enfrenta grave crise financeira. Segundo estimativa da agência Moody’s, o Casino tem de pagar cerca de 1,2 bilhão de euros (R$ 6,3 bilhões) em dívidas cujo vencimento ocorre em 2024 e mais 1,8 bilhão (R$ 9,5 bilhões) de euros até 2025.
Casino recebe oferta de aumento de capital
Como noticiado pelo Metrópoles, o Casino recebeu uma oferta de aporte de até 1,1 bilhão de euros (cerca de R$ 5,75 bilhões) em uma operação para aumento de capital.
A proposta foi apresentada por um grupo de empresários. Ela é semelhante àquela feita pelo bilionário tcheco Daniel Kretinsky em abril. As ações do Casino dispararam na bolsa de valores de Paris após o anúncio feito pelo grupo, na quarta-feira (14/6).
De acordo com informações da Dow Jones Newswires, a oferta dos empresários Xavier Niel, Matthieu Pigasse e Moez-Alexandre Zouari seria de um investimento de 200 milhões e 300 milhões de euros. O restante seria subscrito por outros parceiros e credores.