Assaí herda dívida, mas não a operação, de rede colombiana adquirida por Casino
Hoje, débito representa 80% do endividamento da empresa de atacarejo, cuja dívida bruta atingiu R$ R$ 12,6 bilhões no primeiro trimestre
atualizado
Compartilhar notícia
O grupo francês Casino executou uma divisão, para dizer o mínimo, como pouco equânime entre as empresas que controla no Brasil. Em 2019, ele adquiriu a rede Éxito, da Colômbia. O valor da dívida foi parar no balanço do Assaí e, hoje, ele representa 80% do endividamento da empresa de atacarejo. Já a operação do negócio colombiano ficou a cargo do Grupo Pão de Açúcar (GPA).
O resultado dessa distribuição foi que, agora, o Assaí tem de arcar com os juros de uma operação da qual não desfruta dos resultados. O motivo alegado para esse modelo de partilha foi que a geração de caixa da rede de atacarejo era superior à do restante do grupo. Por isso, absorveria melhor o débito.
Hoje, porém, a dívida bruta do Assaí ficou em R$ 12,6 bilhões no primeiro trimestre deste ano. A relação entre a dívida líquida e a geração de caixa da companhia atingiu 2,78 vezes no mesmo período. Além do mais, a lucratividade diminuiu.
Agora, a empresa tenta reverter esse quadro. Embora o varejo esteja em crise, o atacarejo permanece como uma das áreas mais lucrativas do setor. Depois da aquisição do Extra, as lojas convertidas para a marca Assaí têm mantido a rentabilidade e as vendas prometidas.
Já o Casino começa a desembarcar do Éxito, atualmente em processo de separação do Grupo Pão de Açúcar. A companhia francesa também tem interesse em abrir mão do GPA, assim que encontrar uma proposta financeira que considere atraente.
Detenção na França
Nesta quinta-feira (1º/6), o presidente do Casino, Jean-Charles Naouri, de 74 anos, foi detido em Paris por policiais. Ele foi interrogado em uma investigação preliminar sobre manipulação de mercado, corrupção e insider trading (uso indevido de informação privilegiada), segundo a Procuradoria Financeira da França. Naouri comanda o Casino desde 2012. A investigação francesa trata de supostas irregularidades ocorridas entre 2018 e 2019.