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Alta do IPCA-15 afasta chance de corte maior de juros, dizem analistas

Economistas e agentes do mercado avaliam que alta da inflação impede queda maior dos juros pelo Copom, para além de 0,5 ponto percentual

atualizado

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Breno Esaki/Metrópoles
Banco Central do Brasil BACEN. Brasília - Metrópoles
1 de 1 Banco Central do Brasil BACEN. Brasília - Metrópoles - Foto: Breno Esaki/Metrópoles

O resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, que ficou em 0,28% em agosto, pode fazer com que o Banco Central (BC) diminua o ímpeto na redução da taxa básica de juros (Selic) até o fim do ano.

A elevação dos juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação. Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano, depois de uma redução de 0,5 ponto percentual na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

O resultado do IPCA-15 representa uma forte aceleração em relação ao mês anterior, quando o IPCA-15 teve deflação de 0,07%, a primeira em 10 meses. Em junho, o índice ficou em 0,04%.

O IPCA-15 veio acima das expectativas do mercado financeiro. O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções, estimava um índice de 0,17%.

O próprio BC indicou que deverá manter o ritmo de corte de 0,5 ponto percentual a cada reunião até o fim do ano, mas havia, no mercado, quem já projetasse reduções de 0,75 ponto percentual. De acordo com economistas e analistas do mercado consultados pelo Metrópoles, esse cenário está praticamente descartado.

“O resultado surpreendeu todo mundo negativamente e, daqui para frente, o acumulado em 12 meses deve seguir sua trajetória expansionista”, afirma Marco Caruso, economista-chefe do PicPay. “Por outro lado, grande parte das surpresas se concentraram em itens de alta volatilidade e a composição segue saudável. Dito isso, esse cenário não contribui para o Copom acelerar o ritmo de corte de juros.”

Para Hugo Queiroz, Sócio da L4 Capital, a prévia da inflação de agosto “merece nossa atenção, pois pode criar um certo ruído em relação à condução da política monetária”.

“Esse aumento nos preços pode levantar questões sobre como o BC vai lidar com a situação. Essa incerteza pode ser vista como especulativa, pois ainda é cedo para determinar como essa inflação pode impactar as decisões de política monetária”, avalia.

André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, diz que a alta dos núcleos de inflação também foi um dado negativo do IPCA-15.

“O setor de serviços subjacentes voltou a acelerar e isso esvazia apostas de cortes de juros mais agressivos na Selic por parte do Copom, que deve seguir o plano de cortes de 0,5% ao longo das próximas reuniões”, afirma.

“Um dado no IPCA-15 pior que o esperado está provocando ajustes na curva de juros, que, no momento sobe, principalmente a ponta curta e média da curva, que tem maior sensibilidade a mudanças nos cortes da Selic”, explica Fernandes. “Quem apostava em algum corte de -0,75 p.p até o fim do ano pode estar reajustando sua posição.”

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