Príncipe saudita disse que jornalista morto era um islamista perigoso
A afirmação teria ocorrido em ligação do herdeiro com a Casa Branca, no início de outubro, antes da Arábia Saudita admitir a morte
atualizado
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O príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman disse aos Estados Unidos que considera o jornalista assassinado Jamal Khashoggi um islamista perigoso. O telefonema do príncipe Mohammed para a Casa Branca ocorreu antes de a Arábia Saudita admitir que o jornalista havia sido morto dentro do consulado saudita em Istambul. As informações são da BBC News.
A Arábia Saudita negou os relatórios publicados nos jornais Washington Post e no New York Times. Khashoggi era um crítico saudita e bem conhecido dos governantes. Ele teria sido morto e seu corpo desmembrado em 2 de outubro. Seus restos mortais ainda não foram encontrados.
Na semana passada, Yasin Aktay, assessor do presidente da Turquia, disse ao jornal Hurriyet que as autoridades acreditam que o corpo de Khashoggi “não foi apenas cortado”, mas que os assassinos “se livraram do corpo dissolvendo-o”.
A noiva do jornalista, Hatice Cengiz, pediu aos líderes mundiais que “levem os perpetradores à justiça”, em um editorial para o Guardian e outros jornais.
A Arábia Saudita nega que sua família real esteja envolvida e diz que está “determinada a descobrir todos os fatos”. No final do mês passado, o príncipe Mohammed disse que “o crime foi doloroso para todos os sauditas”.
Ligação
Durante a ligação com o genro do presidente Donald Trump, Jared Kushner, e com o conselheiro de segurança nacional, John Bolton, o príncipe Mohammed disse que Khashoggi era membro da Irmandade Muçulmana, uma organização islâmica transnacional, de acordo com o Washington Post.
O telefonema teria ocorrido em 9 de outubro, uma semana depois do desaparecimento de Khashoggi. O príncipe Mohammed também teria pedido à Casa Branca que preservasse a aliança EUA-Arábia Saudita.