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Irã nega envolvimento em atentado sofrido por Salman Rushdie nos EUA

O país já jurou de morte o autor de “Os Versos Satânicos”, livro visto por alguns muçulmanos como blasfêmia

atualizado

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Salman Rushdie
1 de 1 Salman Rushdie - Foto: Divulgação

Após o atentado à faca contra o escritor Salman Rushdie, durante evento nos Estados Unidos na última sexta-feira (12/8), o Irã negou envolvimento no crime. O país já jurou de morte o autor de “Os Versos Satânicos”, livro considerado por muitos muçulmanos como blasfêmia.

“Não consideramos ninguém, além do próprio Salman Rushdie e seus apoiadores [pelo ataque], dignos de reprovação e condenação”, declarou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Nasser Kanaanido.

Ele ainda afirmou que “ninguém tem o direito de fazer acusações contra o Irã” por conta do ataque a Rushdie, pelo qual Teerã culpa o próprio autor e seus apoiadores.

Rushdie foi ferido com cerca de 15 facadas por um homem que invadiu o palco de uma palestra que o autor se preparava para fazer em Nova York. Ele está internado e já foi extubado, segundo a família.

No domingo (14/8), o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, acusou as ‘instituições iranianas” de incitar a violência contra Rushdie durante várias gerações.

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Segundo informações divulgadas pela polícia, o suspeito do ataque é Hadi Matar, um homem de 24 anos, do distrito de Fairview, em Nova Jersey (EUA). Ele já foi detido e está sob custódia da polícia.

Quem é Salman Rushdie

Britânico nascido na Índia ainda sob controle dos ingleses, Rushdie costuma escrever livros com personagens que vivem em contextos históricos específicos.

A forma do autor de lidar com temas políticos e religiosos fez com que ele se tornasse alvo de polêmicas. Versos Satânicos, publicado em 1988, por exemplo, teve um personagem inspirado no profeta Maomé retratado de forma considerada ofensiva por líderes da comunidade muçulmana.

Em 1989, o líder do Irã na época, aiatolá Khomeini, condenou a obra e ofereceu recompensa de milhões de dólares pela morte de Salman Rushdie. No mesmo ano, ele sofreu uma tentativa de homicídio e precisou se esconder sob a proteção da Scotland Yard.

Mesmo escondido, continuou escrevendo e lançou livros como O último Suspiro do Mouro (1995), Fúria (2001) e A Feiticeira de Florença (2008), além de ensaios sobre temas sociais e políticos.

Em 1998, o Irã afirmou que não tinha mais intenção de perseguir o autor. As ameaças, no entanto, continuaram.

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