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Brasileira faz vaquinha para acolher família de refugiados da Ucrânia

A jovem e o marido se preparam para receber uma família refugiada da guerra. Valor será usado para cobrir gastos com roupas e alimentação

atualizado

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Sebastian Schlenker/picture alliance via Getty Images
Suprimentos de socorro para refugiados da Ucrânia são empilhados em frente à catedral
1 de 1 Suprimentos de socorro para refugiados da Ucrânia são empilhados em frente à catedral - Foto: Sebastian Schlenker/picture alliance via Getty Images

Diante da crise humanitária que se instaurou desde o início dos ataques russos, cidadãos de países vizinhos à Ucrânia têm se mobilizado para ajudar famílias que fogem da guerra. É o caso da brasileira Leticia de Castro Lemos, 36 anos.

Ela e o marido moram na região da Cracóvia, na Polônia, há cerca de cinco anos e agora se preparam para receber uma estudante ucraniana e a mãe, refugiadas do país. O casal se voluntariou para abrigar a família durante dois meses e está arrecadando doações.

Com a situação de emergência, a jovem não relutou em abrir as portas de casa, mesmo ciente das dificuldades. “A gente ficou muito angustiado. Primeiro, com a responsabilidade que é receber refugiados. Não é uma visita, são pessoas que vêm de uma situação de alto estresse e trauma que requer um cuidado psicológico, uma atenção e uma dedicação muito grande”, conta.

Atualmente, a estudante e a mãe refugiadas estão em um abrigo e tentam cruzar a fronteira. No entanto, um problema de saúde de uma delas e as baixas temperaturas do inverno europeu têm dificultado a passagem.

Letícia conta que as informações são escassas por conta da quantidade de pessoas que tentam sair do país. Não se sabe, por exemplo, quando a família vai chegar e sob quais condições de saúde estão. Enquanto isso, a brasileira e o marido procuram organizar o apartamento de dois quartos para receber as refugiadas. Com a ajuda de amigos, já arrecadaram um colchão e roupas para um primeiro acolhimento.

“[Estamos] o tempo todo em estado de alerta. Porque a gente não sabe quando que isso vai acontecer [a chegada da família] e, quando acontece, é normalmente assim: chegou, está na fronteira. Então, pega o carro, vai para a fronteira, que pode ser daqui a duas horas ou daqui a quatro horas dependendo do ponto que elas tiverem chegado, para gente ir recepcionar e traze-las de volta. E aí, a gente tem os cuidados de alimentação, enfim”, detalha.

“A preparação, neste momento, é a reestruturação da nossa casa. Graças a Deus a gente tem um quarto extra, então a gente consegue dar um cantinho para elas conseguirem descansar, ter um pouco de privacidade e se restabelecer dessa situação tão difícil.” Enquanto a família não chega, o casal junto a um grupo de brasileiros, ajuda outros refugiados com informações e se mobiliza para encontrar abrigos.

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Acolhimento

Desde o início dos ataques, países que fazem fronteira com a Ucrânia abriram as portas para receber refugiados. De acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, nos últimos seis dias ao menos 670 mil pessoas buscaram ajuda em países vizinhos, sobretudo na Polônia, Hungria, Moldávia, Romênia e Eslováquia. Só na Polônia foram 280 mil. Com a intensificação dos ataques, a preocupação é não só de oferecer abrigo e apoio material, mas também ajuda psicológica para as pessoas afetadas pela guerra.

“A gente pensa muito na saúde mental das pessoas. Não só das que estão trabalhando para amparar os refugiados, das que estão trabalhando para cessar essa guerra, mas também das pessoas que estão ao redor, angustiadas com essa situação toda ao redor no mundo”, pontua. “A gente não quer que esse desespero tome conta. A gente quer que as pessoas se mantenham positivas e que elas transformem o sentimento de impotência, de não conseguir fazer nada, em ação. Ação de amor, uma coisa que todo mundo tem para dar. Essa é a mensagem que a gente tem. Foi por isso que a gente se mobilizou.”

O valor arrecadado pela vaquinha será usado para cobrir gastos com roupas, sapatos, alimentação e permanência da família na casa. No entanto, a brasileira pede que, quem não puder ajudar com doações, que o faça por meio de orações e pensamentos positivos. “Precisamos de vibrações de paz, acreditar que é possível acabar logo com essa guerra e evitar mais estragos.”

Nas fronteiras da Ucrânia, brasileiros se unem para acolher conterrâneos que tentam fugir dos ataques russos. Um grupo chamado Frente BrazUcra se mobiliza através de um canal nas redes sociais, no qual chegam pedidos de ajuda e trocas de informação.

O grupo já arrecadou mais de R$ 46 mil em doações. O valor é usado para custear o transporte de pessoas para fora do país, alimentos, roupas e medicamentos. Além disso, os brasileiros auxiliam na procura de abrigo para refugiados e apoio logístico para deixar a Ucrânia. Saiba como ajudar aqui.

Para outros moradores da Polônia, uma ferramenta do Google permite visualizar todos os pontos de apoio para refugiados.

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Head de Marketing de uma Start-up
Cracovia, Polônia

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