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Ex-BBB Rodrigo França propõe pequeno príncipe preto em livro

O diretor, roteirista e escritor, conversou com o Metrópoles sobre o recém-lançado O Pequeno Príncipe Preto, racismo e, claro, BBB

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Julio Ricardo/Divulgação
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1 de 1 Rodrigo-França-1-RED - Foto: Julio Ricardo/Divulgação

Desconstruir esteriótipos, falar sobre ancestralidade real e combater o racismo: esta é a missão de vida do ator, diretor e roteirista Rodrigo França. O discurso afiado sobre autoestima e empoderamento do povo negro marcou a participação do grande irmão dos integrantes da Gaiola, na 19ª edição do Big Brother Brasil, da TV Globo. Agora, com o recém-lançado O Pequeno Príncipe Preto o, também escritor, escolhe a prosa para comunicar seus ideias com um Brasil ainda mais profundo.

“Era o que eu queria quando aceitei entrar no BBB. Eu tinha a intenção de fazer provocações e reflexões, de furar a bolha e levar tudo aquilo que eu já discutia aqui fora, em forma de conteúdo de massa”, ressalta Rodrigo. O livro, segundo ele, segue o mesmo objetivo de “democratizar o acesso à informação” e fazer com que crianças e adultos de todas a idades e classes sociais tenham noção da diversidade da cultura brasileira.

Julio Ricardo/ Divulgação
Rodrigo França é autor de O Pequeno Príncipe Preto

O Pequeno Príncipe Preto apareceu a Rodrigo primeiro em atos. Durante os dois anos em que ficou em cartaz, o espetáculo teatral homônimo foi assistido por mais de 60 mil pessoas, de vários estados. O sucesso levou a estreia literária do ex-BBB. A obra, uma provocação direta ao clássico Antoine de Saint-Exupéry, ressignifica o texto francês de modo a adequá-lo à realidade dos brasileiros.

“O Pequeno Príncipe tem traços meritocráticos. O texto responsabiliza muito o leitor em algumas questões, apresenta a mulher, na figura da rosa, de forma obsessiva. São análises que eu não inventei, pesquisei muito para escrever. Há teses e teses de doutorado a esse respeito”, explica.

No texto, Rodrigo França narra o voo de um menino negro, que deixa seu pequeno planeta, onde vive em companhia de uma sagrada árvore baobá, e chega à Terra na carona de uma pipa. Aqui, com seu olhar apurado, começa a questionar as relações humanas, permeadas por grandes preconceitos e dificuldades. Assim, ele decide compartilhar com as crianças que encontra os ensinamentos do Ubuntu, filosofia que incentiva a união por meio de concepções como “eu sou porque nós somos”.

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Eu quis mostrar que a negritude desse país é oriunda de reis e rainhas. Que o negros e negras que vieram para o Brasil eram grandes intelectuais. Ao contrário do que aprendemos na escola, de que somos descendentes de escravos. Nós somos descendentes de pessoas que foram escravizadas, que em sua maioria vinham da nobreza

Rodrigo França
BBB, uma microestrutura do que é o Brasil

Assim como em 2019, o BBB20 volta a levantar o debate sobre racismo nas redes sociais. O motivo: as discussões protagonizadas por Babu Santana com algumas digitais influencers famosas do programa. “Eu virei uma espécie de guru desse assunto. Sempre me perguntam e eu acabo comentando”, diz Rodrigo.

Alexandre da Silva Santana, nome de batismo de Babu, é único homem negro, gordo e periférico do reality global. Para Rodrigo, a falta de alguém com quem o ator possa se identificar pode estar dificultando ainda mais o confinamento para o brother. “Eu tinha a Gabi, Rízia, Danrley e até a Hana, que é muito engajada. Tinha o pessoal da Gaiola ao meu lado. Nunca me senti sozinho lá. Agora ele olha para o lado e não vê ninguém em comum. Babu está só”, considera.

Para Rodrigo, o racismo tem dado a medida do julgamento público que Babu tem recebido  por suas ações dentro da casa. “É um homem negro que erra e acerta, mas que diferente dos participantes brancos, ele nunca terá uma segunda chance. Mas estamos aqui para não deixar que esse ator e pai de família incrível que ele é seja apagado”, afirma o ex-BBB, que avalia como positiva e diz não ter se arrependido de nada que viveu no reality. “Entrei com o compromisso de representar as pessoas que já me acompanhavam, os meus pais, minha família e isso eu fiz”, conclui.

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