Volta de Kesha ao pop é vitória contra pressões desumanas da indústria
Após ser massacrada em processos judiciais, a cantora convida todos a rezarem em nova música
atualizado
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“Se existe um Deus, ou algo parecido, por que eu fui abandonada por todos que eu já conheci e já amei?”. Assim começa o clipe de “Praying”, faixa de retorno de Kesha após ser vítima de uma indústria fonográfica capaz de destruir uma artista e uma mulher.
“Warrior”, disco lançado em 2012, era uma coletânea de hits pop. A popularidade da cantora decolou. Quando tudo parecia ir bem, Kesha passou a amargar ostracismo. Sumiu da mídia.
Nos últimos cinco anos, a artista fez mais presenças em tribunais do que nos palcos. Travou uma longa batalha judicial para tentar se livrar do contrato com a gravadora Kemosabe Records, ligada à Sony, e do produtor Dr. Luke — acusado de cometer abusos físico e psicológico contra a cantora. Na batalha judicial, Kesha perdeu.
Mas a artista começa a dar a volta por cima. Que bom! O retorno de Kesha é uma vitória de uma cantora e de uma mulher. Não à toa ela inicia “Praying”, uma música gospel, com um desabafo.
O discurso não é resposta a Dr. Luke. Trata-se de um grito. Denso e forte. O quanto consumimos uma indústria capaz de arrasar a vida e os sonhos de uma artista? Nos preocupamos com isso ao comprar uma música? “Sou orgulhosa de quem sou. Sem monstros, posso respirar novamente”, canta Kesha.
No passado, em “Die Young”, Kesha gritava que nós morreríamos novos. Agora, após todo o calvário, ela apenas fala de seu desejo de deixar isso para trás. Porém, sem esquecer as marcas. O recado ao produtor (e possível violentador) é claro: “Alguns dizem que receberemos aquilo que nos deram. No entanto, algumas coisas, apenas Deus pode perdoar”.
Kesha retornar não é apenas uma vitória para fãs do pop. Mostra que a volta por cima é algo possível. Bem-vinda (de novo), Kesha!