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Lourena encara adversidades para se firmar como voz feminina no rap

Aos 23 anos, Lourena ganhou destaque após participar do projeto Poesia Acústica e está pronta para lançar seu primeiro álbum

atualizado

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Rafael Freire
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1 de 1 Foto colorida de Lourena - Metrópoles - Foto: Rafael Freire

Em um gênero ainda dominado por homens como rap– não muito diferente de outras vertentes musicais, a rapper Lourena comemorar conseguir destaque e projeção. Nome presente em duas edições do projeto Poesia Acústica, a artista usou os desafios encontrados na vida e na carreira, iniciada em 2018, para criar sua arte.

Aos 23 anos, Lourena assinou contrato com a Pineapple Storm, gravadora do Poesia, e está prestes a lançar o seu primeiro CD. A artista lembra, porém, que antes de chegar a este momento precisou passar por cima de algumas desconfianças, principalmente, por ser uma mulher tentando carreira no rap.

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Para a cantora, o machismo no rap é uma interconexão entre o público, que opta deliberadamente por não ouvir artistas femininas, e os contratantes, que pagam cachês menores e dão poucas oportunidades.

“A gente não tem todo esse engajamento porque somos mulheres. A mulher tem que aparecer cinco vezes mais na internet e tem que fazer conteúdos mais provocantes para conseguir o tanto de engajamento que os homens têm”, disse a artista, em entrevista ao Metrópoles.

O diagnóstico de Lourena é que o rap ainda reproduz comportamentos que foram normalizados durante anos na sociedade. “É culpa do que foi criado estruturalmente e faz com que a gente seja separatista um com o outro. Faz com que a gente não queira talvez entender as causas uns dos outros”, argumenta. “Eu coloco [na música] as vivências das mulheres de uma forma que os homens possam entender como a gente se sente. Essa é a principal questão, é você mostrar em como você se sente”, completou.

Além do machismo, Lourena precisa enfrentar outra forma de discriminação: a constante tentativa, principalmente de grupos mais conservadores, de associar o rap, a negritude e a cultura hip-hop à criminalidade.

“O rap sempre foi muito real e falou de maneira clara e com liberdade de expressão. Era a forma das pessoas vivenciarem tantas coisas, expressarem sentimentos, raivas, felicidades, desejos”, avalia a artista. Em seguida, ela aponta que, com o surgimento de novos artistas e produções no streaming, a discriminação tem reduzido: “Quando a gente se cala, dá espaço para o opressor agir mais vezes com esse tipo de preconceito e, quando a gente se opõe com respeito e mostra o nosso lado, a gente tem a oportunidade de mudar isso, dando a chance de quem é preconceituoso mudar a sua perspectiva”.

Caminhada no rap de Lourena

Lourena viralizou em 2018, com a música, Quando Você Voltar, que conta com a participação do Morcego e WJ. A partir dai, a artista decidiu resolveu encarar uma carreira no gênero.

De lá para cá, foram participações em projetos como o Poesia Acústica e também o Poetisas no Topo. Agroa, a artista se prepara para lançar o primeiro disco e antecipa a expectativa com a produção: “A música que eu quero é a que as pessoas consigam sentir, transcender junto comigo, sabe? Transportar a outros lugares, outras perspectivas. E é isso que eu sempre tento fazer com a minha arte”, conclui Lourena.

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