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Todo Mundo Merece Morrer é estreia envolvente de Clarissa Wolff

Em seu primeiro livro, jornalista coloca lente de aumento sobre fraquezas e maldades humanas, com um thriller psicológico no formato fix-up

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Clarissa Wolff red
1 de 1 Clarissa Wolff red - Foto: Reprodução

Um homem entra na linha verde do Metrô de São Paulo disposto a matar quantos puder, mas acerta apenas um alvo até ser contido. Apesar das mais diversas experiências de vida, os 13 passageiros do vagão têm em comum caráter duvidoso e/ou algum crime hediondo no currículo. Essa é a premissa de Todo Mundo Merece Morrer, livro lançado recentemente pela Verus Editora, selo do Grupo Editorial Record, marcando a estreia da jornalista Clarissa Wolff no mercado literário.

No thriller psicológico em formato fix-up – no qual os capítulos podem ser lidos de forma aleatória –, as 13 vidas estão à disposição do julgamento do leitor, a quem cabe a decisão de quem é digno ou não da salvação. “Eu não vejo o título como uma afirmação, ele não tem ponto final. Pode ser uma pergunta também. É, no fim das contas, uma provocação e um convite a pensarmos nos limites da tolerância”, afirma a escritora.

Inspirada pelo estilo narrativo de obras como A Visita Cruel do Tempo, de Jennifer Egan, a autora carrega de personalidade cada capítulo, como os diálogos repletos de gírias dos jovens paulistanos, o monólogo eclesiástico de um padre pedófilo, ou ainda o deprimente relato de uma mãe que, infeliz com a maternidade, tenta pôr fim à vida do próprio filho.

“O desafio foi fazer a história ter sentido de acordo com o estilo narrativo que o personagem exigia. Ele dirigia o carro, eu estava no passageiro de carona”, conta Clarissa sobre o processo criativo e o “metafórico parto” de cada tipo. Criadora das vidas no vagão, a escritora revela não condenar todos. “Vejo eles como vítimas também da sociedade, as atitudes condenáveis como uma reação a isso.”

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Mais sobre a autora
A paixão de Clarissa pela literatura teve início bem antes de suas passagens por veículos como Rolling Stone, Vice, UOL, Cult e Folha de S.Paulo, e da atual coluna na Carta Capital. Diagnosticada com uma síndrome genética que predispõe o organismo a gerar cânceres, a leitura foi o principal anestésico da jornalista durante os diversos tratamentos.

Quando eu fiquei doente pela primeira vez, aos 12 anos, ler era a única coisa que eu podia fazer para passar o tempo. Nessa época, eu chegava a ler um livro por dia, quase. Escrever sobre literatura foi uma consequência dessa minha paixão pela escrita e pela leitura

Clarissa Wolff

A inspiração para Todo Mundo Merece Morrer surgiu enquanto a escritora tratava seu quarto e último câncer, entre 2014 e 2016. “Esse foi o primeiro [livro] a ser enviado para editoras, porque foi o primeiro com o qual senti algum nível de maturidade e que trazia questionamentos importantes sobre o nosso momento social”, ressalta a autora.

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