Perito Ricardo Molina lança livro sobre gravações e política no Brasil
Em “O Brasil na Fita — De Collor à Dilma, tudo o que vi e ouvi em mais de duas décadas” , ele relata sua participação em crises nacionais
atualizado
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O perito Ricardo Molina recentemente voltou às manchetes dos jornais ao apontar falhas no áudio em que o presidente Michel Temer (PMDB) conversa com um dos sócios da JBS e delator da Lava Jato, Joesley Batista. A gravação, feita pelo empresário, marcou o início da crise política da gestão peemedebista que se arrasta até hoje. Nesta quarta-feira (21/6), esse e outros casos serão tema da palestra de lançamento do livro “O Brasil na Fita — De Collor à Dilma, tudo o que vi e ouvi em mais de duas décadas” (Record), na Feira do Livro de Brasília, a partir das 18h.
A obra, escrita por Ricardo Molina, surgiu de uma conversa com o jornalista Ricardo Lima. No livro, o perito relembra casos que marcaram a trajetória política e policial do país. “Um dos casos mais importantes foi o que culminou com a queda do (José Roberto) Arruda e do Antonio Carlos Magalhães”. Em 2001, os então senadores pelo Distrito Federal e pela Bahia, respectivamente, renunciaram ao cargo de parlamentar sob a acusação de terem violado o sigilo do painel do Senado durante a votação secreta que aprovou a cassação do mandato do então senador Luiz Estevão.
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Sobre a fita de Michel Temer, que não faz parte do livro, Molina reafirma a convicção de que a gravação apresenta problemas. “Caso a Polícia Federal diga algo diferente, vamos contestar. Meu escritório está auxiliando a defesa do presidente”, disse ao Metrópoles.
Para o perito, a popularização dos celulares digitais aumentou muito o número de gravações nos últimos 10 anos. “Vemos um número excessivo. Isso, de certa forma, prejudica a defesa. Já peguei processos que possuíam 800 mil gravações”, lembra Molina, que tem um escritório particular em São Paulo.
Na palestra, Molina vai relembrar os casos que compõem o livro, como a morte, em 1993, de Paulo César Farias, tesoureiro da campanha presidencial do hoje senador Fernando Collor de Mello. “Achei curioso que ele foi classificado como história do Brasil. Nunca tive essa pretensão.”