As cinco melhores mostras em cartaz
O Metrópoles visitou as principais exposições. Confira, na sequência, as mais destacadas
atualizado
Compartilhar notícia
Valeu esperar. Montada para o centenário do mestre gaúcho, no ano passado, a mostra retrospectiva “Iberê Camargo – Um Trágico nos Trópicos” passou por Rio de Janeiro e São Paulo antes de chegar ao CCBB. Segue em cartaz até 11 de janeiro, apresentando com sensibilidade mais de uma centena de obras de Iberê, o gênio que implodiu o figurativismo modernista do século 20 brasileiro. Além dos quadros a óleo carregados pelas cores que notabilizaram o artista, esta exibição traz ainda gravuras em metal como “Carretéis”(1959), a reprodução no alto desta página. Leia resenha aqui.
Não muito distante do consagrado Iberê Camargo, o prédio do CCBB recebe também “Deitei para Repousar e Ele Mexeu Comigo”. Trata-se da primeira mostra individual do mineiro Fábio Baroli, de 34 anos, aqui em Brasília, cidade onde viveu em meados da década passada justamente para estudar artes na UnB. Um dos mais conceituados pintores de sua geração, Baroli apresenta sua produção recente, realizada em sua terra natal, Uberaba, para onde voltou por necessidade artística: precisava ficar mais próximo dos cenários e das gentes de suas telas. Veja vídeo aqui.
Descortina-se um amplo panorama da fotografia modernista brasileira ao longo de “Moderna para Sempre”. Trazendo peças da coleção do Itaú Cultural, a mostra se espicha pela nave principal do Museu Nacional Honestino Guimarães até 3 de janeiro. Pioneiros como Thomaz Farkas e Geraldo de Barros se impõem, ainda aos olhos dos visitantes de hoje, graças ao milimétrico uso de luz e sombra, aventurando-se pela arquitetura paulistana das décadas de 1940 e 1950, traduzindo para aquele tempo e aquele espaço as conquistas europeias, do surrealismo à Bauhaus. Leia resenha aqui.
É imensa a sombra de Jorge Luis Borges. Sua presença acompanha “A Sociedade Cavalieri”, em cartaz até 3 de janeiro na Caixa Cultural. Esta exibição tenta dar conta das implicações da obra do gravador Giovanni Battista de’Cavalieri (1526-1597) para muito além de seus dias, espalhando-se pelos séculos seguintes. A chave para a exposição, porém, está mais em Borges do que em Cavalieri. Pois Pierre Lapalu, jovem artista e provocador paranaense, de fato foi até a obra do italiano. Mas a partir dela recriou ficcionalmente peças de outros autores num processo ousado de apropriação afetiva e intelectual. Um jogo de imagens e espelhos, como Borges fazia em suas histórias. Leia matéria aqui.
João Angelini, neste momento, prepara uma mostra de pintura que levará logo mais à Referência Galeria de Arte. Enquanto isso, um bocadinho da produção recente deste versátil artista brasiliense pode ser visto em “Entre-Quadros”, exposição que segue na Alfinete Galeria até 19 de dezembro. Ali Angelini apresenta seis peças que têm o vídeo como principal suporte e interesse (mas não o único). Destaque para “Sangue de Boi”, instalação a conciliar alta tecnologia (mapeamento de vídeo) e materiais ancestrais (couro de vaca, ossada de boi). Leia matéria aqui.
E mais: aproveitando a visita à Alfinete Galeria, dedique um tempo também para “Terreno Instável”, mostra que reúne obras feitas por Cecília Bona após ter experimentado uma temporada de imersão na primavera islandesa. Leia uma entrevista com a artista aqui.