metropoles.com

Vizinhos Protegidos: grupos de WhatsApp viram arma contra crime no DF

Rede Vizinhos Protegidos da PM tem 622 grupos de WhatsApp no DF. Desde 2019, mais 1 mil pessoas foram presas por denúncias nesses grupos

atualizado

Compartilhar notícia

Felipe Torres/Metrópoles
Batalhão - Metrópoles
1 de 1 Batalhão - Metrópoles - Foto: Felipe Torres/Metrópoles

Pelo menos desde 2014, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) conta com o projeto Rede Vizinhos Protegidos. Atualmente com 622 grupos no WhatsApp, a iniciativa consiste em criar “comunidades” no aplicativo de mensagens com moradores e PMs para servir de apoio ao policiamento operacional de cada área no combate ao crime. Entre 2019 e 2023, ao menos 1.037 prisões foram efetuadas a partir de denúncias feitas nesses grupos.

Nos grupos, moradores e frequentadores de determinadas regiões podem mandar mensagens sobre atividades suspeitas ou denúncias. Também presentes no grupo, os militares se encaminham e averiguam a situação.

Segundo a própria PM, a rede funciona com compartilhamento de informações entre vizinhos a fim de “ter um ganho na vigilância e um direcionamento no acionamento da Polícia Militar, além de ser mais um meio de acionamento”.

Os requisitos para participar do grupo de aplicativo de mensagem é ser integrante da vizinhança e frequentar pequenas reuniões locais para ter conhecimento, por meio de palestras ministradas pelo Batalhão de Polícia Militar da área. Todo grupo conta com pelo menos um policial militar.

A major Daniela Natalia Teixeira é comandante do 24ª Batalhão da PMDF que foi a unidade piloto no desenvolvimento do projeto Rede Vizinhos Protegidos. Ela considera que a iniciativa depende da participação ativa da comunidade.

“A estratégia se baseia num processo de conscientização do cidadão sobre ambientes e comportamentos que podem prevenir a vitimização e o trabalho em conjunto para gestão compartilhada dos problemas de segurança. Os grupos servem para fomentar o conhecimento coletivo sobre ameaças que podem afetar a toda vizinhança. Aumenta a comunicação quando há questões que vem afetando a sensação de segurança do grupo”, explica a major.

Segundo a militar, apesar da existência dos grupos, a orientação principal é de que as pessoas priorizem ligar no 190 em caso de emergências. “Nós orientamos o cidadão a ligar para o 190 ou para os nossos telefones funcionais de plantão. Os grupos não se destinam a fazer denúncias, mas sim, compartilhar conhecimentos com a vizinhança para que todos possam estar atentos ao que pode gerar risco a coletividade. Também serve para que todos compartilhem detalhes que possam auxiliar o atendimento efetivo e eficaz da PMDF na resolução do problema”.

História do projeto

A Polícia Militar iniciou a Rede de Proteção Comunitária em 2014, nas áreas rurais do DF. Já em 2015, o projeto se estendeu ao 9° Batalhão, do Gama, seguido pelo 25°, Núcleo Bandeirante, Park Way e Candangolândia; pelo 27°, Recanto das Emas; e 28°, no Riacho Fundo. O foco era a proteção de comércios.

“Com a queda nos índices criminais, o projeto ganha força e no ano de 2017, o 24° BPM iniciou a experiência com moradores do Lago Norte e Taquari”, explica a PMDF.

Em relação às regras do grupo, a major afirma que a instrução passada aos membros é de que sejam compartilhadas informações de “interesse geral, que sejam relacionadas à segurança da vizinhança”.

“Importante salientar que a estratégia é um convite da PMDF para a comunidade, a fim de que, juntos, possamos trabalhar para gestão compartilhada dos problemas relacionados à segurança da localidade”, completa a militar.

Exemplos de prisões

Em maio de 2023, um homem foi preso após ser visto sobre telhados de casas na Quadra 707 da Asa Norte. Os vizinhos da quadra notaram a presença do homem e acionaram a PM por meio do grupo de WhatsApp.

Já em 2021, duas irmãs avisaram pelo grupo que estavam sendo perseguidas por um homem, na quadra 712 Norte. O homem foi preso no mesmo dia por importunação sexual. 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?