Cuidado com o celular. Distrito Federal registra média de 19 furtos de aparelhos por dia
De janeiro a outubro deste ano, foram 5.724 ocorrências. Pontos mais visados pelos criminosos são locais com grande aglomeração de pessoas, como festas e shows, e saídas de escolas
atualizado
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Facebook, WhatsApp, YouTube, joguinhos, música e sites de notícia, além, claro, de poder fazer telefonemas. Ao mesmo tempo em que as possibilidades de uso dos smartphones ajudam a entreter os usuários, também os deixam desatentos e vulneráveis à ação de criminosos, atraídos pelo alto valor de alguns modelos e pela facilidade em revendê-los no mercado negro. Em média, 19 telefones móveis são furtados por dia no Distrito Federal — de janeiro a outubro deste ano, foram registradas 5.724 ocorrências.
Uma das vítimas foi a estudante de direito Rafaela Stochiero, 23 anos, que teve o celular furtado em frente a uma faculdade da Asa Sul no mês passado. “Arrombaram o meu carro e levaram o aparelho, que estava escondido no porta-luvas”, conta. “Consegui rastrear o telefone e o localizei em Taguatinga. Registrei a ocorrência, mas ainda não o recuperei.”
Em maio, Lucas Rocha, 24 anos, passou a engrossar as estatísticas. Ele estava em um show com a namorada, no estacionamento do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, quando notou a falta do celular.
“Nesses eventos muito cheios, eu tenho o costume de sempre andar com a mão no bolso, justamente para evitar esse tipo de furto”, explica o estudante de arquitetura. A medida, no entanto, não foi suficiente para impedir a ação dos criminosos.
“Um homem esbarrou com muita força no meu ombro. Instintivamente, tirei a mão do bolso e, quando vi, já estava sem o celular”.
Ele conta que pegou o aparelho da namorada e tentou rastrear o telefone furtado com um aplicativo, mas o celular já estava desligado.
Também em maio, a estudante de ensino médio Fabiana Galvão, 17 anos, teve o celular roubado na rua de casa, em Samambaia Sul.
Isso é muito frequente. Na mesma semana em que levaram o meu telefone, eu fui roubada outra vez
Fabiana Galvão, estudante
Distração
Segundo a Polícia Militar, embora o roubo de celulares ocorra em todo tipo de situação, os bandidos costumam agir mais em locais onde há grande aglomeração de pessoas, como festas e shows, especialmente à noite, e em áreas próximas à Rodoviária do Plano Piloto e perto de escolas. “Muitas crianças saem distraídas e são roubadas enquanto conversam ao telefone”, explica o capitão Michello Bueno.
Apesar do grande número de casos este ano, Michello destaca que houve diminuição de 11,5% na quantidade de registros ao se comparar os primeiros 10 meses de 2015 com o mesmo período de 2014: 5.724 contra 6.471. O militar, no entanto, reconhece que os números continuam altos.
Bueno atribui a redução verificada este ano à intensificação do policiamento em áreas conhecidas pela maior incidência de furtos de celulares no DF, como Taguatinga e Ceilândia, além das já mencionadas acima.
A gente fez estudos e mapeamentos dessas regiões para tentar neutralizar a ação dos criminosos. Várias quadrilhas especializadas em roubo e furto de celular foram presas este ano
Michello Bueno, capitão da PM
Confira dicas da PM
- Evitar deixar o celular à mostra em locais muito movimentados
- Não guardar o aparelho no bolso traseiro da calça
- Cuidado redobrado em shows e em eventos de grande porte
- Evitar utilizar o celular em áreas isoladas
- Não deixar os aparelhos sobre a mesa em bares e em restaurantes
- Para reaver os celulares furtados, o dono deve possuir a nota fiscal do aparelho e o número do Imei (uma espécie de código de identificação) do telefone. A partir desses dados, a Polícia Civil pode identificar os donos dos celulares apreendidos e retorná-los aos proprietários