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Antes de anunciar decisão, Rosso quer validar propostas com aliados

Segundo nota divulgada pelo deputado federal, conversa ocorrerá durante o fim de semana e só depois ele dirá se será candidato ao Buriti

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O deputado federal Rogério Rosso (PSD) quer validar propostas que considera prioritárias antes de anunciar se aceita concorrer ao Governo do Distrito Federal (GDF) pela terceira via. A conversa com apoiadores, que hoje reúne seis siglas, ocorrerá durante o fim de semana. A expectativa é que apenas na segunda-feira (23) ele torne oficial seu posicionamento sobre a indicação recebida para ser o cabeça de chapa pela coalizão.

Na quinta-feira (19), o senador Cristovam Buarque (PPS), articulador do grupo, divulgou a escolha de Rosso para liderar a disputa pelo Palácio do Buriti. Até então, Izalci Lucas (PSDB) era o postulante ao GDF. O nome do presidente regional do PSD teria sido defendido por PRB, PSD, PPS e PSC. Já PSDB e DC mantiveram apoio a Izalci Lucas.

Conforme a nota divulgada por Rosso na noite desta sexta-feira (20), entre os assuntos a serem discutidos com as legendas aliadas está a qualidade dos serviços públicos nas áreas de saúde, segurança, educação, transporte, cultura e meio ambiente. Além do crescimento e recuperação econômica, desenvolvimento social e fortalecimento da cidadania.

O político quer ainda tratar sobre a retomada da gestão pública do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), com a extinção do instituto criado pelo atual chefe do Executivo local, Rodrigo Rollemberg (PSB). “Entendo que esses pontos devem ser discutidos e validados com nossa coligação para a tomada de minha decisão pessoal”, disse ao final da nota.

Confira a íntegra do texto:

Nota Oficial de Rosso (PSD/DF)

Brasília, 20 de julho de 2018

Informo que antes de tomar minha decisão a respeito do honroso convite da nossa coligação para representá-la como pré-candidato ao governo do DF, apresentarei, nesse final de semana, ao conjunto de partidos da nossa aliança, os aspectos e temas que considero pessoalmente imperiosos a serem validados como prioridades ao planejamento de ações e medidas, que visam resgatar o DF do desmando que se encontra, ao tempo de oferecer à toda população serviços públicos de qualidade nas áreas de saúde, segurança, educação, transportes, cultura, moradia, meio ambiente, além do crescimento e recuperação econômica, desenvolvimento com justiça social, fortalecimento da cidadania, mais inovação, oportunidades de emprego, renda, formação de um ambiente voltado ao empreendedorismo e conhecimento, com responsabilidade fiscal.

A extinção do Instituto Hospital de Base retornando para gestão pública plena – com inovação tecnológica; devolução dos impostos sobre medicamentos de uso contínuo por meio do Nota Legal; valorizar o servidor público civil e militar; implantação de regime disciplinar específico/próprio na PM em substituição ao RDE; criação do plano de saúde dos servidores civis e militares; simplificar e reduzir a burocracia do Estado; reabertura de delegacias; estimular e apoiar o setor produtivo; revitalização por completo das praças de esportes, estádios e centros olímpicos; descentralizar a gestão pública distrital com mais autonomia para as regiões administrativas para melhoria na infraestrutura; impedir arbitrariedades e abusos do poder público; promover o diálogo permanente com a sociedade; reduzir impostos do contribuinte; fiscalizar tecnicamente e não politicamente; promover e expandir o ensino superior gratuito em todas as cidades; estimular compras governamentais apenas de produtos e empresas instaladas no DF; regularizar cidades, áreas de desenvolvimento econômico e condomínios em definitivo; criar novas áreas habitacionais planejadas no DF; equipar e motivar as forças policiais; equiparar os salários dos policiais civis com a Polícia Federal; remunerar e valorizar a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar com remuneração e benefícios para que essas corporações voltem a ser a de maior remuneração nacional por se tratar da capital federal; criar a cidade do servidor; implantar a cidade-polo de Saúde – referência em alta complexidade e tecnologia; desenvolver o setor industrial, comercial, serviços e rural com crédito e ações integradas, desenvolvimento da Região Metropolitana e harmonização da legislação de ordenamento territorial da Ride, política especial para juventude; cidades com melhor acessibilidade; parceria com a iniciativa privada; integração dos modais de transporte público, a valorização da vida, escolas com educação integral e efetiva, com fortalecimento na educação de base; escolas de ensino técnico profissionalizante, revitalização, modernização física e tecnológica das escolas públicas, o combate à corrupção, dentre outras questões.

Entendo que esses pontos devem ser discutidos e validados com nossa coligação para a tomada de minha decisão pessoal.

Rosso

De coordenador a possível candidato
De acordo com interlocutores próximos ao deputado federal, ele até considera antecipar sua decisão caso consiga referendar sua proposta com todos os integrantes da chapa. No entanto, o mais provável é que aguarde pelo anúncio de Jofran Frejat (PR), que deixou também para segunda (23) a confirmação se será ou não candidato ao Buriti em 2018.

Rosso passou de articulador a provável pré-candidato ao GDF após a desistência de Frejat. O médico aposentado lidera o último levantamento de intenções de voto, realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas, mas alegou estar sofrendo pressões e cobrou autonomia para coordenar a própria campanha. O comando regional do seu partido declarou que ele terá todas as condições atendidas, porém, o ex-secretário de Saúde ainda reflete sobre um possível retorno à disputa eleitoral.

Com favorecimento de Rosso pela terceira via, a dúvida de aliados era se Izalci permanecerá na coalizão, pois tem resistido à ideia e reafirma a disposição de se candidatar ao Palácio do Buriti, com ou sem o apoio dos integrantes da terceira via. “Serei candidato ao GDF, nem que eu saia sozinho ou com dois ou três partidos. Meu projeto é de ser governador“, declarou ao Metrópoles na noite dessa quinta (19). 

E o vice?
Mesmo se Rogério Rosso aceitar comandar a aliança, uma indefinição permanece: quem será o pré-candidato a vice-governador. A vaga fica em aberto para um postulante do PSDB, embora Izalci não tenha demonstrado interesse em ocupá-la. Se não houver tucano interessado, o PRB deve ficar com o posto.

O nome cotado na reunião dessa quinta (19), a mesma que trocou Izalci por Rosso, foi o do pastor Egmar Tavares (PRB), irmão do presidente do partido no Distrito Federal, Wanderley Tavares. Nas últimas eleições, o evangélico conquistou mais de 13,6 mil votos na candidatura à Câmara Legislativa (CLDF). Ele não se reelegeu, mas à época e ainda hoje tem parte das intenções de voto dos fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus e da Assembleia de Deus.

Indecisão e impasses
Até aqui, a terceira via enfrentou maus bocados na pré-campanha ao GDF. Após ser lançado como postulante ao Buriti, em 18 de maio, o deputado federal Izalci Lucas virou alvo de processos nos quais correligionários foram à Justiça questionar sua posição como presidente do PSDB, pois o tucano foi alçado ao cargo pelo comando nacional da legenda.

O imbróglio judicial pôs dúvida sobre a estabilidade jurídica e política de Izalci. Após meses de discussão, porém, o grupo o reafirmou como o pré-candidato ao GDF em 28 de junho. Mas não foi suficiente e aliados passaram a procurar alternativas dentro do próprio grupo.

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Quem é
Rogério Rosso tem 49 anos. O fã de rock e heavy metal é deputado federal e presidente do PSD-DF. Entre abril e dezembro de 2010, Rosso foi governador-tampão do Distrito Federal, após a prisão do então governador, José Roberto Arruda (PR), e o vice, Paulo Octávio (PP), renunciar em meio ao escândalo da Operação Caixa de Pandora.

Carioca, mudou-se para Brasília ainda criança. Viveu na Asa Sul com a família, de classe média, e estudou em escolas públicas da capital. É formado em direito, com especialização em marketing e direito tributário. Antes de entrar para a política, foi executivo nas empresas Mercedes-Benz, Catterpilar e Fiat.

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