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Polícia Civil investiga grilagem de uma quadra inteira em Samambaia

Organização criminosa teria tomado conta da Quadra 1033, expulsando beneficiários contemplados pela Codhab em programa habitacional

atualizado

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1 de 1 portao de casa - Foto: Imagem cedida ao Metrópoles

A Polícia Civil (PCDF) abriu inquérito para investigar um esquema de grilagem, falsificação de documentos públicos e ameaças a beneficiários da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab) em Samambaia. Uma organização criminosa teria tomado conta de um conjunto inteiro, localizado na Quadra 1033 da região administrativa.

Ao todo, 12 lotes distribuídos pela Codhab foram invadidos, delimitados, construídos e depois vendidos ou alugados pelos criminosos. Somados, os terrenos teriam valores que se aproximam de R$ 500 mil.

Segundo a PCDF, os suspeitos teriam evitado que os verdadeiros donos construíssem suas casas. O caso é investigado pela Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado, aos Crimes Contra a Administração Pública e aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Cecor).

Ainda de acordo com os investigadores, os bandidos conseguiram falsificar termos de concessão de uso originalmente fornecidos pela Codhab. Um dos casos apurados pela Cecor envolve a construção de casa em um terreno invadido, no qual o suspeito, Pedro Paulo Matos de Lacerda, conseguiu viabilizar o fornecimento de água, luz e esgoto por meio de documentos falsos. Depois, Lacerda, que possui passagens por roubo, furto e estelionato, anunciou o imóvel por R$ 48 mil.

Veja imagens do imóvel:

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Medo e ameaças

Os verdadeiros proprietários dos terrenos procuraram a Codhab para tentar reaver os lotes. Muitos receberam ameaças dos grileiros e foram expulsos da região. O órgão identificou o esquema fraudulento e acionou a Polícia Civil. De acordo com uma fonte da PCDF ouvida pelo Metrópoles, Pedro Paulo Matos de Lacerda poderá ser indiciado por falsificação de documento público e parcelamento irregular do solo.

A Codhab também apura internamente a emissão irregular dos documentos públicos, já que a fraude foi cometida em folha original de um termo de concessão de uso.

De acordo com a companhia, uma força-tarefa está sendo promovida dentro do órgão para identificar irregularidades, como fraudes nos termos de concessão de uso. Uma parceria foi firmada com a Cecor para intensificar a identificação de crimes relacionados a fraudes documentais.

Beco da grilagem

Em 21 de maio deste ano, o Metrópoles publicou matéria a respeito de uma investigação da Polícia Civil sobre uma quadrilha suspeita de falsificar documentos públicos para grilar terrenos na Estrutural. Com a ajuda de estelionatários, grileiros forjavam cessões de direito a fim de tentar “esquentar” documentos que outorguem a posse sobre lotes da Codhab.

Em uma das ações descobertas pela PCDF, um dos golpistas chegou a registrar em cartório a escritura de um beco no centro da região administrativa, avaliado em R$ 680 mil. O esquema criminoso é investigado em inquéritos abertos pela Delegacia do Meio Ambiente (Dema) e pela Cecor.

Conforme a PCDF, o grupo contava com ajuda de laranjas que apareciam como cedentes nos documentos fraudados. Parte dos papéis era confeccionada pelos golpistas em uma lan house na própria cidade. O material era feito sob encomenda dos grileiros, que em troca pagavam pelos serviços em dinheiro ou em lotes irregulares.

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