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“PM não estava comprometida com tentativa de golpe”, diz ex-comandante à CPI

Ex-comandante, que chegou a ser preso após atos antidemocráticos, cita na CPI até falta de equipamentos individuais de policiais

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André Duarte/Ascom Chico Vigilante
Coronel Fábio Vieira
1 de 1 Coronel Fábio Vieira - Foto: André Duarte/Ascom Chico Vigilante

O ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Fábio Augusto Vieira, coronel que comandava a corporação em 8 de janeiro, afirmou que a “PM não estava comprometida com tentativa de golpe”. Fábio depõe na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF), nesta quinta-feira (11/5).

O coronel, que chegou a ser preso após o ataque à democraica, defendeu o trabalho da corporação e citou falhas naquele dia.

“Quando cheguei ao local, pedi ao ajudante de ordens que fizesse uma volta ao redor da Esplanada. Ressaltei que todos que tentassem entrar na Esplanada fossem revistados. Isso tinha que contar no planejamento escrito, é uma falha: não tinha comando móvel, que é um local que o PM se apresenta para receber a missão, não havia, na parte logística, equipamento de proteção individual, e eu solicitei. Esse inclusive é um dos problemas na linha a frente do Congresso”, afirmou.

Questionado pelos deputados sobre quem falhou nessa logística, ele disse que o responsável pelo planejamento era do Departamento de Operações (DOP) da PMDF. “Naquela data, o Dop em exercício era o coronel Paulo José”, ressaltou. Paulo, inclusive, foi convocado pela Câmara Legislativa para prestar depoimentos na Comissão.

Como o depoente citou que a cadeira do Comando da Polícia Militar é muito disputada, o presidente da CPI, Chico Vigilante (PT) questionou se Paulo José queria derrubar o Fábio. O ex-comandante respondeu: “Eu acho que não. Ele é um profissional com 30 anos de serviço, pode ter se equivocado, ter falhado”.

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Em outro trecho da oitiva sobre o Dop, o depoente disse que “chegou ao conhecimento” dele que aquele Departamento não havia solicitado prontidão dos policiais da corporação, “porque entendia que o efetivo era necessário para o êxito da operação”.

“A partir daí, preventivamente, deixaram de sobreaviso, que o policial deveria estar em condições. Sabendo que está de sobreaviso, ele não vai para churrasco, não vai beber. Não é um negócio assim que ele é pego de surpresa.”

Ainda segundo Fábio, a PM estava tentando conter a invasão em 8 de janeiro. “Nós recuperamos o Palácio do Planalto, com intervenção. Foi divulgado amplamente que havia pessoas tentando impedir prisões. Recuperamos o STF com ajuda do Comando de Operações Terrestres da PF, recuperamos o Congresso, fizemos a dispersão e cerca de 400 prisões, 450”, citou.

Acompanhe a CPI:

Fábio Vieira chegou a ficar preso por 24 dias por suspeita de omissão no momento dos ataques, mas foi solto em 3 de fevereiro após relatório elaborado pelo então interventor da segurança pública no Distrito Federal, Ricardo Cappelli, apontar que ele não teve responsabilidade direta na falha de ações contra os atos.

Na decisão em que liberou o ex-comandante-geral da cadeia, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ressaltou que o policial “esteve presente na operação, foi ferido no combate direto aos manifestantes e não teve as suas solicitações de reforços atendidas”.

Depoimento à PF

À Polícia Federal o ex-comandante-geral afirmou que não havia indicativo de violência entre os manifestantes em 8 de janeiro.

Ele acrescentou que o Exército impediu a ação dos PMs. “O coronel Fábio já havia requerido anteriormente a dissolução do acampamento e por três vezes chegou a mobilizar efetivo da policia militar para dissolver os manifestantes em frente ao QG; Em todas as oportunidades, o exército discordou da operação e impediu a ação da PMDF”, diz o depoimento.

Vieira também afirmou à PF que chegou a entrar em luta corporal com os vândalos. Ao final dos atos do dia 8, a PMDF dirigiu-se ao Quartel-General do Exército para realizar prisões, mas, segundo o coronel o Exército novamente impediu a ação.

Ele também disse considerar que as trocas realizadas na SSP pouco tempo antes dos ataques pelo então secretário da Segurança do DF, Anderson Torres, dificultaram o fluxo de informações no comando operacional da PMDF.

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