“Taxa de apressamento”: servidores cobram R$ 150 por diploma express
Os investigados podem responder por corrupção passiva e falsidade ideológica. As penas podem chegar a 17 anos de reclusão
atualizado
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A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (10/5), a Operação Diploma Express. Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos na capital do Amapá: nos bairros Jardim Marco Zero, Trem e na região central de Macapá.
A operação tem o objetivo de desvendar esquema de cadastro falso e facilitação para emissão de certificados de conclusão de cursos. Segundo a PF, os servidores envolvidos se aproveitavam de uma questão burocrática da emissão dessas certificações em favor dos centros universitários, uma vez que os estabelecimentos que possuem menos de oito cursos não podem registrar os seus próprios diplomas.
Para que esses certificados sejam validados, há a necessidade de envio dos diplomas para uma universidade federal, a fim de viabilizar o seu registro. Desse modo, estariam sendo remetidos diplomas de todo o Brasil para serem registrados na Universidade Federal do Amapá (Unifap), diante da baixa demanda para registro de diplomas no estado.
A PF, no entanto, colheu indícios de que servidores da Unifap estariam cobrando uma “taxa de apressamento”, com valores de R$ 150 por certificado, para que os documentos fossem emitidos de maneira célere.
No decorrer das investigações, também foram colhidos indícios de que a Faculdade de Teologia e Ciências Humanas (Fatech), situada em Macapá, estaria emitindo diplomas contendo informações falsas.
Os investigados podem responder por corrupção passiva e falsidade ideológica. As penas podem chegar a 17 anos de reclusão, mais pagamento de multa.
A coluna não localizou representantes da Unifap. O espaço segue aberto.