PCDF apreende Maserati e Mercedes em operação contra irmãos golpistas
Investigados em operação construíram imóveis sem escritura e alvará. Um deles é o Residencial Ravi, localizado no Taguaparque
atualizado
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Policiais da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), apreenderam, na manhã desta quinta-feira (2/3), seis veículos — entre eles duas Mercedes-Benz e uma Maserati —, durante a Operação Fênix, para desarticular organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro.
As equipes também localizaram valores em espécie, além de relógios e bebidas importadas. Na casa de um dos investigados, os policiais encontraram R$ 130 mil em dinheiro. A quantia estava escondida em uma caixa de papelão coberta com papéis.
Os principais alvos da ação são os irmãos Welbert Richard Viana Marinho e Weverton Viana Marinho, conhecidos por terem criado e gerenciado a moeda virtual Kriptacoin. Ambos participaram do golpe que faturou R$ 250 milhões em um esquema da pirâmide e deixou cerca de 40 mil pessoas no prejuízo.
Veja imagens da operação desta manhã, no Taguaparque:

Responsáveis pelo esquema escolhiam laranjas para operacionalizar grandes negócios Hugo Barreto/Metrópoles

Irmãos conseguiram comandar construtora, holding, hotel, financeira, entre outras empresas Hugo Barreto/Metrópoles

Dupla envolvida ostentava vida de luxo e glamour pelas mídias sociais Hugo Barreto/Metrópoles

Em imagens e vídeos, apareciam a bordo de carros esportivos e iates Hugo Barreto/Metrópoles

Objetivo da dupla era atrair clientes e investidores a comprar apartamentos em prédios erguidos por construtora ligada aos irmãos Hugo Barreto/Metrópoles

Propriedades não têm escritura nem alvará de funcionamento Hugo Barreto/Metrópoles

Prédios ficam em Vicente Pires e na Colônia Agrícola Samambaia Hugo Barreto/Metrópoles

Suspeitos criaram esquema com moeda virtual Kriptacoin, entre 2016 e 2017 Hugo Barreto/Metrópoles

O negócio ilegal, comandado pelos irmãos, funcionava no modelo de pirâmide financeira Hugo Barreto/Metrópoles
Ações também ocorreram no Guará 2:

Operação Fênix ocorreu nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (2/3) Breno Esaki/Metrópoles

Entre os alvos, estão os irmãos Welbert Richar Viana Marinho e Weverton Viana Marinho Breno Esaki/Metrópoles

Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro Breno Esaki/Metrópoles

Investigados ficaram conhecidos por criarem e gerenciarem a moeda virtual Kriptacoin Breno Esaki/Metrópoles

Grupo de envolvidos em esquema de pirâmide faturou R$ 250 milhões e deixou 40 mil pessoas no prejuízo Breno Esaki/Metrópoles

Policiais cumpriram sete mandados de prisão preventiva, bem como 11 de busca e apreensão Breno Esaki/Metrópoles

Equipes apreenderam seis veículos, sendo duas Mercedes-Benz e uma Maserati Breno Esaki/Metrópoles

Operação ocorreu nas seguintes regiões administrativas: Águas Claras, Ceilândia, Cruzeiro, Guará, Taguatinga e Vicente Pires Breno Esaki/Especial Metrópoles

Policiais também cumpriram mandados em Balneário Camboriú (SC) Hugo Barreto/Metrópoles

Presos na operação vão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e falsidade ideológica, cujas penas podem superar 18 anos de reclusão Hugo Barreto/Metrópoles
Ao todo, a Corf cumpriu seis mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão, nas seguintes regiões administrativas: Águas Claras, Ceilândia, Cruzeiro, Guará, Taguatinga e Vicente Pires, além da cidade catarinense de Balneário Camboriú. O bando é acusado de usar ao menos cinco empresas, em nomes de familiares e de terceiros, para lavar dinheiro de origem ilícita.
🚨Agora: a Polícia Civil do DF faz operação para desarticular uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro. A coluna Na Mira apurou que os alvos principais são os irmãos Welbert Richard Viana Marinho e Weverton Viana Marinho pic.twitter.com/OEFSFhWywM
— Metrópoles (@Metropoles) March 2, 2023
🚨🚨 Durante a operação, os policiais apreenderam um #Maserati preto em um dos locais alvo de mandado de busca e apreensão em #SantaCatarina #PCDF pic.twitter.com/BV3vbCrZqn
— Metrópoles (@Metropoles) March 2, 2023
Irmãos investigados ostentavam nas redes sociais, veja:



O suspeito já havia sido preso no âmbito da Operação Patrick Reprodução

Weverton Marinho é um dos alvos da operação Reprodução

Os investigados na Operação Fênix ostentam uma vida de luxo Reprodução

Os irmãos ostentam carrões superesportivos nas redes sociais Reprodução

Um dos suspeitos de integrar o esquema criminoso é Weverton Viana Marinho Reprodução

Os irmãos ostentam carrões nas redes sociais Reprodução
Empregada doméstica
Uma mulher que trabalha como empregada doméstica foi escolhida, segundo as investigações, para figurar como sócia-proprietária de uma das empresas usadas no esquema criminoso. Os testas de ferro, mesmo sem capacidade financeira para operacionalizar grandes negócios, também faziam transferências de valores entre si, para ocultar a movimentação e a propriedade dos bens de origem ilegal.
Os donos reais do dinheiro e das empresas seriam justamente os irmão Welbert Richard e Weverton. Os negócios envolvem construtora, holding, hotel, financeira, entre outros negócios. A exemplo da época em que faturaram milhões com o golpe da Kriptacoin, os suspeitos permaneciam nas redes sociais ostentado uma vida de luxo e glamour, a bordos de carrões superesportivos e iates.
O objetivo era atrair clientes e investidores que comprassem apartamentos em prédios erguidos por uma construtora ligada aos irmãos. A PCDF detalhou que as propriedades não têm escritura nem alvará. Os imóveis foram erguidos em Vicente Pires e na Colônia Agrícola Samambaia. Um deles é o Ravi Hotéis. O grupo também se articula para vender cotas de um hotel e de empreendimentos de altíssimo padrão, no litoral de Santa Catarina.
Veja um dos alvos da Operação Fênix a bordo de Maserati:
Os presos na Operação Fênix responderão por crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e falsidade ideológica, cujas penas podem ultrapassar 18 anos de prisão.
Kriptacoin
Os suspeitos criaram a moeda virtual no fim de 2016 e, a partir de janeiro de 2017, passaram a convencer investidores a aplicar dinheiro na Kriptacoin. A organização criminosa atuava por meio de laranjas, com nomes e documentos falsos, segundo as investigações.
O negócio, que funcionava em esquema de pirâmide, visava apenas encher os bolsos dos investigados. E, de acordo com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), alguns deles tinham diversas passagens pela polícia, por uma série de crimes — entre eles, estelionato.
Os irmãos não tinham nomes publicados no site da empresa nem constavam como sócios nos dados da Receita Federal, mas se apresentam como presidentes do grupo.
À época, durante um mês, o Metrópoles acompanhou as atividades da Kriptacoin e, também, apurou denúncias contra os presidentes e outros integrantes do esquema. Na apresentação do plano de compensação, eles ofereciam aos potenciais clientes participação nos valores de R$ 1 mil, R$ 3 mil e R$ 21 mil, com 1% de ganho por dia, independentemente do crescimento da moeda.
O maior foco era dado à indicação de novos “investidores”, que podiam gerar ganhos de 10% do valor investido e um bônus de 30% por parte da equipe menor. A atividade mostrava que, apesar de a Wall Street Corporate alegar, em algumas ocasiões, não ser empresa de marketing multinível, ela dependia da indicação de novos afiliados e pagava em níveis, em um sistema chamado “binário”.