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MPDFT denuncia youtuber Klebim e mais nove por lavagem de dinheiro

A denúncia apura crimes de organização criminosa, exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Huracán, da PCDF

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O influenciador Klebim, preso por realizar rifas ilegais no DF, posa para foto com duas Lamborghinis, uma prata e uma vermelha. Ao fundo, algumas pessoas caminham próximas a uma mansão - Metrópoles
1 de 1 O influenciador Klebim, preso por realizar rifas ilegais no DF, posa para foto com duas Lamborghinis, uma prata e uma vermelha. Ao fundo, algumas pessoas caminham próximas a uma mansão - Metrópoles - Foto: Reprodução

Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou, nessa segunda-feira (12/9), 10 investigados na Operação Huracán, da Polícia Civil do DF (PCDF). Cabe agora à Justiça decidir se os suspeitos se tornarão réus.

Entre os crimes listados pelo MPDFT estão organização criminosa, exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro. Os envolvidos são: Kleber Rodrigues de Moraes, o Klebim; Pedro Henrique Barroso Neiva; Vinícius Couto Farago; Alex Bruno da Silva Vale; Michael Fernandes da Silva; José Sousa de Lima; Henrique Sadao Ramos de Araújo; Matheus Welington Sousa Cirineu; Douglas Muniz Dutra; e Ronyel Santos Castro.

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Na denúncia, o MPDFT pede a condenação dos acusados, que, segundo o texto, entre 2019 e 2022, integraram organização criminosa com o objetivo de obter vantagem econômica, mediante a prática de crimes de lavagem de dinheiro, sendo os recursos financeiros angariados a partir da exploração de jogos de azar, consistentes na venda ilícita de rifas de veículos, celulares e outros produtos, divulgadas por meio da internet.

Pelo menos quatro dos denunciados chegaram a ser presos no dia em que foi deflagrada a operação. Além de Klebim, acabaram detidos Pedro Henrique Barroso Neiva, Vinícius Couto Farago e Alex Bruno da Silva Vale. Todos teriam ajudado a movimentar as rifas clandestinas e auxiliado na entrega dos veículos; por isso, recebiam comissões em dinheiro pagas pelo influenciador digital.

O nome do cantor Gustavo Hungria Neves também aparece no documento. De acordo com informações que estão na denúncia, existem provas robustas da materialidade e dos indícios suficientes da participação de Hungria na contravenção penal de jogo de azar e crime de lavagem de dinheiro relativo a divulgação da venda de rifas de um veículo VW/Saveiro, em parceria com Klebim, suspeito de liderar o esquema.

Ainda segundo o documento, Hungria teria recebido cerca de R$ 48 mil como participação pela promoção do sorteio ilegal. No entanto, o cantor não foi denunciado pelo MPDFT uma vez que não houve provas e indícios suficientes da participação dele na organização criminosa. O Ministério Público ofereceu acordo de não persecução penal e Hungria tem o prazo de 60 dias para manifestação.

A reportagem tenta contato com o cantor para posicionamento sobre o assunto.

Após o MPDFT oferecer denúncia, o diretor da DRF, delegado Fernando Cocito, escreveu nas redes sociais, sem citar nomes, sobre um dos denunciados.  A coluna apurou que trata-se do advogado José Sousa de Lima. Segundo o investigador, nos últimos seis meses, ele recebeu uma série de ataques pessoais em razão da representação pela prisão preventiva e indiciamento do advogado.

“Ninguém está acima da lei, e a condição de advogado não pode ser instrumento de salvaguarda para a prática de crimes”, escreveu.

Operação Huracán

A ação da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF) desmantelou o esquema de rifas ilegais e lavagem de dinheiro que rendeu milhões de reais ao investigado. A PCDF cumpriu quatro mandados de prisões temporárias e sete de busca e apreensão, sequestrou nove carros de luxo, como Ferrari, Lamborghini e Mercedes, além de confiscar uma mansão no Park Way avaliada em R$ 4 milhões. A corporação ainda pediu o bloqueio de R$ 10 milhões das contas de quatro investigados e de três empresas envolvidas no esquema criminoso.

As apurações da Operação Huracán apontaram que o influenciador digital utilizava seus perfis nas redes sociais para promover e realizar sorteios de veículos de luxo, com sofisticados sistemas de som e customização.

Apenas no Instagram, Klebim mantinha cinco perfis: o pessoal, com 1,4 milhão de seguidores; Estilo Dub (1,3 milhão); Guincho Dub (12,5 mil); Dub Shop (119 mil); e Dub House (332 mil). Além disso, ele tinha um canal no YouTube, com 1,27 milhão de inscritos. No TikTok, o número é de 1.207. Em todas as redes, o total de seguidores alcançava a marca de 4,4 milhões, à época da operação.

Veja quem é o influencer Klebim Moraes:

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Defesa

Ao Metrópoles, o advogado Cleber Lopes, responsável pela defesa dos acusados, informou que “considera a denúncia como parte natural do processo, o que não significa que os denunciados serão condenados. Aliás, não fosse assim, não se precisava de processo, bastando que o MP denunciasse alguém para que houvesse condenação.”

Segundo o defensor, “agora, os acusados passam a exercer o direito de defesa, quando poderão mostrar que não houve organização criminosa, nem lavagem de dinheiro. Quanto à rifa, a defesa mostrará que eles faziam o sorteio pela loteria federal e que nunca deixaram de entregar um único prêmio.”

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